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Uma vez comunista, sempre comunista: ex-militantes de rua, Omar Aziz e Marcelo Ramos fazem de tudo para permanecer no poder

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O senador Omar Aziz (PSD) e o deputado federal Marcelo Ramos (PL) possuem um histórico esquerdista do qual muito não se comenta, visto que hoje integram partidos do dito ‘centrão’. A atitude de ambos na filiação de partidos moderados sempre veio primeiramente do interesse em estar no poder, assim que perceberam que, fazendo parte do PCdoB, de extrema esquerda, a carreira na política institucional não iria vingar.

Na década de 1980, o senador e ex-governador do Amazonas, Omar Aziz, foi monitorado e listado como elemento subversivo, em relatórios de inteligência do Serviço Nacional de Informações (SNI), órgão de espionagem. Aziz militou no movimento estudantil, nas campanhas pelas Diretas Já e era um dos responsáveis pela propaganda política do PCdoB, segundo papéis da ditadura.

O histórico de Aziz reflete a falta de um alinhamento ideológico claro. E lembra que, em 1981, então estudante de engenharia civil da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Aziz foi filiado ao PCdoB, na época partido clandestino por conta da regra da ditadura militar que obrigava o “bipartidarismo”.

Omar, mesmo tendo começado na política pelo Partido Comunista do Brasil, seu primeiro cargo eletivo foi por um partido mais alinhado à direita. Ele assumiu o cargo de vereador de Manaus em 1990 pelo PDC, herdeiro da Arena, agremiação que dava sustentação ao regime militar, contrariando sua própria trajetória.

O apelido “O Palestino” deriva das raízes familiares. O pai do senador, Muhammad Abdel Aziz, era imigrante palestino. E a mãe, Delphina Rinaldi Abdel Aziz, brasileira. Ele nasceu em Garça (SP) e viveu parte da infância no Peru – por isso as citações durante sessões da CPI a expressões em espanhol comuns no país andino.

Já Marcelo Ramos foi um jovem comunista, a começar sua militância em 1991 pelo grêmio da escola. A partir disso, chamou a atenção da União da Juventude Socialista, braço do PCdoB. Ao lado do ex-senador Lindbergh Farias, ele ajudou a reorganizar a entidade.

Ramos foi eleito vereador pelo PCdoB em Manaus em 2000.Na esteira da bandeira comunista, teve carreira de advogado com passagens na área sindical. Esteve em movimentos estudantis ao lado de Orlando Silva (PCdoB-SP) e Lindbergh Farias (PT-RJ). Saiu do partido em 2010 e ingressou no também esquerdista PSB. Ali permaneceu até 2016, quando mudou a bandeira política e entrou no PL.

Portanto, é perceptível que Aziz e Ramos sofrem do mesmo mal: falta de compromisso com o povo, porque não acreditam no que defendem, apenas ‘seguem o bonde’; o que significa que não são confiáveis em qualquer lado do espectro político em que se encontrem em determinado momento da história.

Amigos dizem que eles nunca deixaram a “veia comunista”, apenas se adaptaram de acordo com seus interesses. São do tipo que, assim que notam perda de força política do lado que achavam estar ganhando, não têm problema em mudar de posição, tudo em nome do poder.


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