Brasília Amapá |
Manaus

PF desarticula quadrilha que desviou milhões de verbas federais destinada ao covid-19

Compartilhe

Manaus –  A Polícia Federal (PF) no Amazonas deflagrou, na manhã desta terça-feira (30), a Operação Sangria, inaugurando a fase ostensiva de Inquérito Policial, por meio do qual são investigados fatos relacionados a possíveis práticas de crimes, como pertencimento a organização criminosa, corrupção, fraude a licitação e desvio de recursos públicos federais.

A ação da Polícia Federal visa a cumprir mandados judiciais expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), sendo 20 mandados de busca e apreensão e 08 de prisão temporária, e conta com a cooperação do Ministério Público Federal (MPF), da Controladoria Geral da União (CGU) e da Receita Federal do Brasil (RFB). Foram presas 8 pessoas entre elas: Simone Araujo de Oliveira Papaiz, secretária estadual de Saúde;
João Paulo Marques dos Santos (JP), secretário-adjunto de Saúde; Perseverando da Trindade Garcia Filho, ex-secretário executivo adjunto de Saúde; Alcineide Figueiredo Pinheiro, ex-gerente de compras da secretaria de Saúde; Fábio José Antunes Passos, proprietário da empresa FJAP & Cia, que vendeu os respiradores para a Susam;  Cristiano da Silva Cordeiro, empresário, ex-implicado na Operação Saúva e que emprestou o dinheiro para a operação;  Luciane Zuffo Vargas de Andrade, dona da empresa Sonoar, que comprou e revendeu os respiradores para a FJAP;  Renata de Cássia Dias Mansur Silva, sócia da Sonoar.
No Inquérito, constam provas e indícios, revelando o desvio de recursos públicos federais, os quais eram destinados ao sistema hospitalar estadual, em razão da emergência de saúde pública provocada pelo novo coronavírus.

O desvio das verbas federais mencionadas ocorreu mediante fraude na contratação de empresa para fornecimento de respiradores. Evidenciou-se o direcionamento da compra para empresa cuja atividade era/é a comercialização de vinhos. Os ventiladores mecânicos hospitalares entregues ao Estado do Amazonas, pela referida empresa, não possuíam as especificidades técnicas necessárias para a adequada utilização no tratamento médico.Ademais, foi detectado o superfaturamento do preço do equipamento. Laudo pericial produzido pela PF no inquérito, constatou que, se considerado o valor máximo de mercado dos equipamentos, o sobrepreço praticado em cada unidade dos ventiladores mecânicos adquiridos corresponderia a R$60.800,71, ou seja, 133,67% a mais em relação ao valor de mercado, totalizando a quantia de pelo menos R$1.702.419,88, até R$2.198.419,88, sob suspeita de desvio.

Além disso, a investigação policial identificou que a verba pública federal transferida à empresa contratada foi, em seguida, remetido a conta bancária no exterior, pertencente a uma outra pessoa jurídica, aparentemente de fachada, havendo indícios de possível prática de crime de lavagem de dinheiro.

Os indiciados poderão responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de fraude à licitação, peculato, pertencimento a organização criminosa e lavagem de dinheiro, e, se condenados, poderão cumprir pena de até 30 anos de reclusão. O nome da operação é uma alusão às suspeitas de que uma revendedora de vinhos tenha sido utilizada para desviar recursos públicos que deveriam ser destinados ao sistema de saúde.


...........

Siga-nos no Google News Portal CM7