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FVS constata aumento de casos, mas descarta segunda onda de coronavírus em Manaus

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Amazonas – A Comissão de Saúde e Previdência, presidida pela deputada estadual Dra. Mayara Pinheiro, em parceria com a Comissão de Promoção e Defesa dos Direitos das Crianças, Adolescentes e Jovens, presidida pelo deputado Álvaro Campelo, realizou uma Audiência Pública virtual nesta segunda-feira, 21 de setembro, para tratar sobre o aumento de casos da Covid-19 em Manaus.

A reunião virtual foi proposta pelo deputado estadual Álvaro Campelo com o objetivo de esclarecer as informações que tem recebido sobre o possível aumento de casos de Coronavírus, principalmente entre crianças e adolescentes. “Eu propus que fizéssemos este debate dado o número do aumento de pessoas infectadas e por algumas informações extra-oficial que tenho recebido de três unidades de saúde sobre crianças e adolescentes impactadas pelo coronavírus, eu compartilhei isso com a Dra. Mayara, a proposta não é de alarmismo, mas para trocar informações que possam nos preparar para qualquer eventualidade”.

A audiência contou com a participação da DPE-AM; Ministério Público (MP-AM); Inpa; Fiocruz; Associação Médica do Amazonas; Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM) representada pelo secretário de Saúde. Dr. Marcellus Câmpelo e o Dr. Cássio Espírito Santo; Seduc-AM; Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Amazonas (Cosems); o infectologista Marcus Lacerda; o chefe do Departamento de Matemática da Ufam, Wilhelm Alexander; Rodrigo Jensem (OAB-AM), a Dra. Maria Paula, vice-reitora da UEA; o deputado estadual Ricardo Nicolau e a diretora-presidente da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM), Rosemary Pinto.

A titular da Fundação de Vigilância Sanitária, Dra. Rosemary Pinto, compartilhou uma apresentação com dados atualizados da pandemia no Estado do Amazonas, na qual destacou, o aumento dos casos de Covid-19 nas últimas semanas de agosto até o início de setembro, potencializado por festas e aglomerações, além do abandono de medidas de prevenção por uso de máscaras, a lavagem das mãos e o distanciamento social, contudo ainda com baixa quantidade de óbitos.

“Temos uma tendência de aumento? Sim, se as pessoas continuarem se expondo sem as medidas não farmacológicas, como a lavagem das mãos, uso de máscaras e distanciamento social. Nós podemos perder essa estabilidade e ter um aumento de casos”, justifica.

Segundo a titular da FVS, em Manaus há uma estabilização dos dados e uma curva de crescimento, nas duas últimas semanas de setembro. “Nós tivemos uma pressão principalmente nos meses de abril, maio e junho, também tanto no estado como em Manaus passamos a ter uma curva de decréscimo e agora em Manaus principalmente, nós vemos uma estabilização dos dados e uma curva de crescimento no mês de setembro, principalmente nas duas últimas semanas. Nossa taxa de reprodução ainda está abaixo de 1, mas temos uma variação que pode chegar a 1.04 para cima e para baixo que pode chegar a 0.86, essa taxa infere que a cada 100 pessoas infectadas tenham um potencial de transmitir para mais outras 96 pessoas na nossa taxa atual de 20 de setembro, são dados da Loft Office. Já estivemos em 1º em incidência no País e hoje estamos no 8º lugar. A nossa letalidade tem se mantido desde julho chegando a 3.1 e reduzindo para 3%”.

“O que percebemos que de 30 de agosto a 5 de setembro tivemos uma variação de 1,5% em relação à semana anterior, com maior impacto de 55.9% com crescimento no número de casos, indo de 1.384 a 2.157 casos”, acrescenta a titular da FVS.

– Padrão: 20 a 49 anos é a faixa etária mais atingida, idosos são os mais prejudicados

De acordo com a FVS, ao analisar os dados sociodemográficos dos casos por sexo e faixa etária em Manaus, percebe-se que as faixas mais acometidas é a de 20 a 59 anos. Principalmente nas faixas de 20 a 49, que são as faixas que o estudo do Dr. Marcus Lacerda demonstra que estiveram mais expostas e que em torno de 75% a 80% destas pessoas tiveram contato com o vírus.

“Quando analisamos as hospitalizações, ou seja, a faixa etária de 20 a 49 anos se expôs, contraiu o vírus, levou para dentro de casa, os idosos foram os que mais tiveram gravidade e precisaram de hospitalização, então, predominam as hospitalizações principalmente nas faixas etárias acima de 60 anos. Permanece de todo padrão de toda pandemia, ou seja os mais jovens se contaminam e os mais idosos e que tem comorbidade são os que desenvolvem gravidade e precisam de UTI e o resultado também é o aumento de letalidade nessa faixa etária”, destacou a epidemiologista Rosemary Pinto.

– Casos de Covid entre crianças são resultados de teste de infecções antigas

Em resposta à demanda da Comissão de Promoção e Defesa dos Direitos das Crianças, Adolescentes e Jovens, a FVS explica que há poucos óbitos nas faixas abaixo de 20 anos, “em crianças menores de 10 anos nós nem temos registro de óbitos nessas três semanas.

Analisando o impacto do retorno às aulas, nós temos por faixa etária e semana de diagnóstico, temos a ocorrência de casos nos menores de 6 anos, nas crianças de 6 a 15 anos. Nos maiores de 16 a 19 anos que nós estamos acompanhando muito de perto por causa do retorno da rede do ensino médio e depois na faixa etária de 20 a 29 anos. Então deputado Álvaro eu coloco que não estamos vendo esse aumento em crianças ou adolescentes, nem no número de casos, o fato é que estas crianças estão sendo detectadas por teste rápido e a maioria delas por Igg demonstra que estas são infecções antigas, então, não está tendo impacto do retorno às aulas nessas faixas etárias e nem nas hospitalizações, estamos vendo até redução na faixa etária de 6 a 15 anos, estamos vendo uma variação de -25%”, explicou Rosemary Pinto.

A Audiência Pública foi transmitida ao vivo pelo canal da deputada estadual Dra. Mayara Pinheiro e está disponível neste link: https://www.youtube.com/watch?v=KBZQ6BUEDq8&feature=youtu.be

* Com informações da Assessoria


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