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Astrônomos medem massa de buraco negro gigante com precisão inédita

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RIO – Buracos negros supermaciços, com milhões a até bilhões de vezes a massa do Sol, dominam as regiões centrais da grande maioria das galáxias do Universo, e agora astrônomos conseguiram medir com precisão inédita a massa de um desses objetos. Com 660 milhões massas solares, esse “monstro” cósmico no núcleo da galáxia designada NGC 1332, a cerca de 73 milhões de anos-luz da Terra, é aproximadamente 150 vezes mais “pesado” que o buraco negro do centro da nossa Via Láctea, mas ainda é relativamente pequeno quando comparado aos maiores buracos negros supermaciços conhecidas, com massas estimadas em mais de 10 bilhões de vezes a do Sol.

A medição da massa do buraco negro da NGC 1332 foi possível graças às capacidades do observatório Alma. Composto por uma rede de 66 antenas instaladas a mais de 5 mil metros de altitude no Planalto de Chajnantor, no Deserto do Atacama, Chile, o Alma detecta radiação na faixa milimétrica/submilimétrica. Assim, ele é capaz de “ver” as emissões das nuvens frias de gás que podem cercar os buracos negros supermaciços no núcleo de galáxias distantes, regiões geralmente obscurecidas no comprimento de onda da luz visível.

Com isto, os astrônomos puderam ver que o buraco negro da NGC 1332 acelera as nuvens de monóxido de carbono – gás cujas emissões o Alma é especialmente sensível – a mais de 500 quilômetros por segundo, ou 1,8 milhão de km/h, nas áreas próximas ao centro do que chamaram de sua “esfera de influência”, região do espaço em torno dele com cerca de 80 anos-luz de diâmetro onde sua ação gravitacional é dominante.

– Medir a massa de um buraco negro com precisão é um desafio muito grande, mesmo com os mais poderosos telescópios na Terra e no espaço – destaca Aaron Barth, astrônomo da Universidade da Califórnia em Irvine, EUA, e líder da equipe responsável pela medição, publicada na edição desta semana do periódico científico “Astrophysical Journal Letters”. – O Alma, porém, tem a revolucionária capacidade de observar os discos de gás frio em torno destes buracos negros supermaciços a escalas pequenas o suficiente que podemos claramente distinguir a influência do buraco negro na velocidade de rotação desses discos.


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