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Brasil barato. Turismo em crise!

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A crise econômica que se abateu no Brasil, desde 2015, consequência de um desequilíbrio político nacional, vem se arrastando até agora, sem perspectivas para um cenário promissor a curto prazo.
Um dos fortes indícios desse cenário foi o aumento do dólar que chegou na casa dos 4 reais e agora flutua em torno de um pouco mais de 3 reais.

Para a indústria de manufatura, que tem como principal insumo a matéria prima importada, já se pode perceber que o aumento do dólar reduziu, significativamente, a produção dos produtos eletroeletrônicos, veículos de duas rodas e outros produtos de alto valor agregado e, consequentemente, reduziu a exportação, visto que perdeu competitividade em preços, no mercado internacional, além disso vive o reduzido consumo interno.

Nessa esteira, vem o comércio de importados, que se deparou com o dólar em alta e com a redução no consumo pelo comprador brasileiro, vivendo uma recessão inimaginável.
A indústria do agronegócios ainda respira bem, por conta da exportação de produtos que o mercado demanda.
Mas, será que o país conseguirá resistir apenas com o agronegócio?
Aí perguntamos: E o Turismo?

A indústria do Turismo vem na contramão da crise que o Brasil vem enfrentando. Com o dólar alto, o país fica mais barato para o turista estrangeiro e mais acessível para o turista doméstico, ou seja, um cenário favorável e oportuno.
Ora, se o Turismo é uma alternativa, porque o Governo Federal não investe mais no Setor? Qual a dificuldade que o Governo Central tem para entender que se houver uma Política Nacional que defina Estratégias Inteligentes, a curto, médio e longo prazos, o país terá mais uma alternativa econômica que contribuirá de forma significativa com o Superávit nacional?

Na Copa do Mundo de 2014 foram investidos milhões de reais para que as 12 cidades sedes recebessem melhorias na infraestrutura aeroportuária, no atendimento ao turista, na sinalização turística, na capacitação e qualificação de pessoas, enfim, nas mais diversas frentes de receptivo. Recebemos um pouco mais de turistas do que os anos anteriores, mas então, esse esforço foi pontual? Logo em seguida vinheram as Olimpíadas e o Rio de Janeiro recebeu milhões de novos investimentos. Mas, e aí? Depois disso o que houve? Nada! Aliás, houve sim! Milhões de recursos desviados sem que houvesse o comprometimento com o bem coletivo. Fora isso não ouvimos mais falar nesse país lindo que hospedou 2 megas eventos mundiais. Atualmente, nos deparamos com uma campanha pontual e desgastada de um Turismo Lânguido.

Se houve recursos para investir no turismo do país, por conta de 2 eventos, porque não foi estabelecido um Plano de continuidade para que o Brasil ganhasse maturidade e musculatura no setor?

Porque não há um investimento maior na Ação de Promoção e Divulgação do país, nos mercados doméstico e internacional? Isso pode ser realizado em conjunto com a APEX, e outros entes do Governo Federal que trabalham frentes de promoção do Brasil, em mercados estratégicos. Ao longo dos últimos 20 anos, acompanhamos o esforço que o Ministério do Turismo e a EMBRATUR fazem para se manter nas feiras nacionais e internacionais. Os recursos reduzidos não lhe dão condições para fazer uma ação mais audaciosa e inovadora. Lamentável!

Enfim, não há desenvolvimento e nem crescimento em um Setor que tem na sua pasta um dos menores orçamentos e que não vislumbra nenhuma melhoria.

Alguns governadores estão reduzindo a alíquota do ICMS no querosene do avião, mesmo diante da crise, para manter os voos existentes em seus estados, visto que as companhias aéreas com a alíquota alta, já não conseguem manter algumas frequências estratégicas.

Daqui a pouco, outras frentes de incentivos podem ser demandadas e quem der mais fica com os voos ou com outros tipos de serviços essenciais para manter o turismo menos ruim em seus estados.

Tá na hora de aprendermos com quem renasceu das cinzas como Portugal que enfrentou a crise com o Turismo. O Vietnã que encontrou no Turismo a fórmula mágica da riqueza.
Tenho dito!

Oreni Braga
Especialista em Ecoturismo
Mestre em Gestão e Auditoria Ambiental

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