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O novo Baixo Tiradentes

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RIO – O chamado Beco das Putas caiu na rota dos universitários e virou a Rua dos Bares. Foi descoberto por músicos e virou o Beco das Artes. E nessa mistura de estilos, a Rua Imperatriz Leopoldina, pouco conhecida por seu nome original, ganhou mais um batismo informal, fazendo surgir um Baixo Tiradentes numa porção esquecida do Centro.

A rua de paralelepípedos, escondida hoje por tapumes das obras do VLT e cercada por centros culturais, galerias, teatros e um campus da UFRJ, tem vida intensa. Nesta semana, a programação previa uma roda cultural na segunda-feira, jazz na quarta, forró com violino na quinta, festa de música latina na sexta e jazz novamente ontem. Três bares, todos no estilo pé-sujo, oferta rara no entorno da Tiradentes, garantem a movimentação noturna.

— A rua tem uma boemia tradicional. Sempre foi ponto de partida ou retorno de boates. E também o local da cerveja da galera do IFCS (Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, da UFRJ). Não imaginava que tinha essa potência — lembra o DJ Rodrigo Cavalcanti, que descobriu o trecho ao buscar um local para a Junkie Session.

O Bar do Nanam passou a abrigar equipamentos de som e, aos poucos, músicos foram se interessando em tocar.

— A rua é um palco acolhedor, e as pessoas foram se aproximando. Aqui era deserto, agora tem outra energia — diz Rodrigo.

Alguns dos antigos frequentadores temem um processo à la São Salvador na rua.

— Esta alma cultural ligada à Praça Tiradentes vem se transformando ao longo dos séculos. O desafio é encontrar o equilíbrio entre destacar que é um local bacana e importante da cidade, e os excessos que podem vir com os modismos, que os cariocas adoram — pondera Paula Camargo, gerente do Centro Carioca de Design e presidente da Rede Tiradentes Cultural, que reúne 14 espaços da região.


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