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Novo Jardim Patrícia Amieiro é inaugurado na Barra da Tijuca

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RIO – Um ato simbólico inaugurou o novo jardim em homenagem a Patrícia Amieiro na saída do Elevado do Joá, no sentido Barra da Tijuca, na manhã deste sábado. A obra, que foi realizada pela subprefeitura da Barra, foi feita ao lado do local original, no canteiro que fica na saída da nova via feita para o elevado. Um novo jardim e uma gruta, com a imagem de Nossa Senhora de Fátima, agora estão postas sob um crucifixo em memória da jovem e da busca da família por justiça.

Os pais de Patrícia e seus familiares e amigos chegaram no local por volta das 11h30. Vasos de flores, fotos da engenheira e um cartaz que dizia “8 anos: cadê a justiça?” foram espalhados pelo local pelas 25 pessoas que compareceram. A mãe, Tânia Márcia Amieiro, fez um desabafo emocionado, escrito à mão, em que cobrou por providências do estado. De acordo com ela, tanto o governador da época, Sérgio Cabral, quanto o secretário de segurança José Mariano Beltrame lhe prometeram que o caso não seria esquecido, mas sequer lhes procuraram depois. O ato foi encerrado com duas orações e um apitaço.

— São oito anos pedindo justiça. São oito anos de sofrimento, de saudades e de tristeza. Queremos que esses policiais, esses monstros, esses marginais paguem o que fizeram. Às vezes fico pensando e me bate um desespero sobre o que ela passou. Ela só estava voltando de uma festa — disse, emocionada.

Até hoje a família aguarda o julgamento dos policiais. O processo se encontra em Brasília e já foram esgotados todos os direitos da defesa de recorrer. No momento, eles estão aguardando o processo ser juntado e enviado ao juiz do caso no Rio de Janeiro, Fábio Uchoa, para que um novo julgamento possa ser marcado.

O pai da engenheira morta, Antônio Celso de Franco, se diz indignado pela lentidão do processo e que até já sofreu ameaças, mas diz que vai lutar até o fim.

— A nossa justiça é arcaica. Ficam empurrando com a barriga, mas não me importo, pois já me tiraram tudo. Será que meus netos vão ver esse julgamento?

RELEMBRE O CASO

A engenheira Patrícia Amieiro foi morta em junho de 2008, aos 28 anos. Ela voltava de uma festa no Morro da Urca, na Zona Sul, e não parou em uma blitz na saída do Elevado do Joá, na Barra da Tijuca. De acordo com as investigações, os PM atiraram no Fiat Palio de Patrícia e os agentes teriam jogaram o carro no Canal de Marapendi após os disparos. O corpo nunca foi localizado.

Em 2014, o juiz Ricardo Coimbra Barcelos, da 10ª Vara da Fazenda Pública, determinou que o pai e a mãe de Patrícia recebessem indenização de R$ 250 mil cada, os seus dois irmãos, de R$ 100 mil cada, e o avô, de R$ 80 mil. Na época, o advogado da família, João Tancredo, disse ainda que entrararia com um recurso pedindo o aumento dos valores já que, na sentença, o magistrado afirma que a engenheira contribuiu com a própria morte ao furar uma blitz da Polícia Militar.

Os policiais Marcos Paulo Nogueira Maranhão e Willian Luís do Nascimento respondem por tentativa de homicídio qualificado e fraude processual, em função do desaparecimento do corpo, e Fábio da Silveira Santana e Márcio Oliveira dos Santos são acusados de fraude processual. Os quatro continuam “prestando serviço à PM”, segundo a corregedoria da instituição.

A Justiça, em primeira e segunda instâncias, chegou a ser favorável ao julgamento público dos policiais acusados pelo crime, mas a realização do júri popular ainda depende do Superior Tribunal de Justiça, em Brasília.


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