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Homem que manteve mulher em cativeiro por quatro anos era faixa preta de jiu-jitsu

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VASSOURAS — Acusado de manter a mulher em cárcere privado durante quatro anos, Márcio Luiz Naves Ribeiro, de 38 anos, tinha um perfil bastante reservado e se relacionava pouco com os vizinhos. É o que dizem os outros moradores do bairro Residência, em Vassouras, no Sul Fluminense. O químico industrial foi preso nesta terça-feira após um dos filhos do casal chamar a polícia.

De acordo com a vizinhança, a porta da casa onde Ribeiro mantinha a mulher — uma argentina de 37 anos — em cativeiro estava sempre trancada e só ele possuía a chave. Quando os filhos deixavam o local sem a presença do pai, eles pulavam o muro e usavam um voyage preto abandonado como uma espécie de escada para chegar ao nível da rua. O homem era faixa preta em jiu-jitsu e, segundo outros moradores, muito forte.

—Chegaram seis policiais para levá-lo preso. E ainda pediram reforço. No fim, eram uns dez policiais. Foi difícil tirá-lo da casa. Os policiais pediam para ele deixar a mulher sair, ela tentava sair e ele a empurrava de novo para dentro — relatou um vizinho que não quis se identificar.

A testemunha também contou que a mulher só saía da residência com o marido, nunca sozinha. A fisionomia sempre fechada também chamou a atenção de quem convivia com Ribeiro no bairro.

— Ele andava sempre de peito estufado, cara fechada, tipo um galo de briga. Para impor respeito mesmo. Não falava com quase ninguém aqui da rua — disse um vizinho, que também não quis se identificar.

ESTUPROS E AGRESSÕES

Segundo policiais militares que prenderam Ribeiro, a vítima era espancada e estuprada. Entre outras humilhações, era obrigada a fazer suas necessidades fisiológicas em um pote. O caso foi registrado na 95ª DP (Vassouras).

— Tudo indica que o químico mantinha a mulher em cárcere privado por ciúmes — disse o delegado da cidade, José Soares dos Santos.

O casal, que se conheceu na Argentina, tem três filhos. Segundo o delegado, há indícios de que eles eram ameaçados pelo pai, para que não procurassem a polícia.


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