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‘Vinyl’Filhos da Revolução

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Concebida por Martin Scorsese, Mick Jagger e Matthew Weiner, “Vinyl” chama a atenção não só pelos criadores renomados, mas também pela ala jovem do elenco. Especialmente três atores. Juno Temple, James Jagger e Jack Quaid não se destacam só pelo talento, inegável, mas também pelos sobrenomes famosos. Com 26, 30 e 23 anos, respectivamente, os filhos de Mick e Jerry Hall, do cineasta Julien Temple e da produtora Amanda Pirie, e dos atores Dennis Quaid e Meg Ryan interpretam, na série exibida pela HBO aos domingos, às 23h, os selvagens anos 1970, aqueles em que seus progenitores viveram ao pé da letra.

— Sempre sonhei em ser uma jovem nos anos 1970. A música, as roupas, a atitude… As mulheres podiam enfim ser livres, os contraceptivos já eram uma realidade, o aborto tinha sido legalizado. E isso é muito cool — conta a espevitada Juno, com o sotaque mais britânico do mundo, garantindo que sua música preferida é justamente a da década que revelou New York Dolls, Ramones e The Clash. Preferencialmente em… vinil, da coleção do pai, que dirigiu filmes como o mockumentary “The great rock’n’roll swindle”, com os Sex Pistols.

Já renovada para sua segunda temporada, a série mostra o dia a dia de uma gravadora capitaneada por Richie Finestra (Bobby Cannavale), que lida com nomes como o Led Zeppelin. Para imergir nesta atmosfera, Juno e James foram buscar a ajuda dos pais, sempre envolvidos com a música.

— Eu nunca tinha sentado ao piano com meu pai, nunca vivi isso enquanto crescia, então foi bem legal trocar ideia com ele — conta James, que também é músico e uma “enciclopédia musical”, segundo Juno. — Mas nós falamos mais sobre a época, o zeitgeist do começo dos anos 1970. Você pode fazer toda a pesquisa do mundo e ainda assim não pegar o espírito da coisa, é melhor falar com quem esteve lá. E meu pai é uma fonte de valor inestimável — garante James, que tem sete irmãos, incluindo a modelo Georgia May e o brasileiro Lucas.

— Sempre vi os filmes do meu pai e conversei muito com ele sobre esses assuntos, afinal, ele era jovem na Londres dos anos 1970, em meio ao surgimento do movimento punk. Ele foi parte daquela revolução — conta a orgulhosa Juno, que levou Julien como seu date na festa de estreia da série, em Nova York. — Ele me contou muitas histórias que vivenciou. Eram sentimentos muito viscerais sobre a necessidade de mudança, e o quão incrível era fazer isso através da música.

Sobre a comparação com os pais, inevitável em casos com esses, Jack resume:

— As pessoas já concluem certas coisas sobre mim quando eu entro numa sala, por causa dos meus pais. Já percebi que as pessoas vão fazer comparações, não importe o que eu faça. Sempre amei atuar e quero continuar fazendo isso.


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