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‘Engordou pagará mais caro’ as companhias aéreas querem aplicar taxas para transportar obesos

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Algumas companhias aéreas já sugerem que pessoas obesas comprem duas passagens para ter mais conforto. Assentos normalmente têm uma largura que varia de 42 a 46 centímetros, mas para algumas pessoas isso não parece ser suficiente.

 

naom_582de6c476f39De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade mais do que dobrou em todo o mundo desde 1980. Em 2014, mais de 1,9 bilhão de adultos estavam acima do peso, e mais de 600 milhões eram considerados obesos, segundo o R7.

Este assunto trata-se de uma tendência que já causou muita polêmica no cenário da aviação e que conflita entre as necessidades das empresas aéreas e os direitos dos passageiros.

Defensores dos direitos dos obesos argumentam que o problema tem que ser tratado como distúrbio de saúde. Já quem zela pelos direitos de passageiros alegam que a maioria das aeronaves não tem capacidade para acomodar a variedade de tamanhos existentes no mundo, ao mesmo tempo em que todos temos o direito de voar.

Peggy Howell, vice-presidente e diretora de relações públicas da NAAFA, uma ONG dos Estados Unidos que defende os direitos e a qualidade de vida dos obesos diz: “Baixinhos, altos, gordinhos, magrelos, com ombros largos, com quadris grandes, com pernas compridas… As pessoas têm corpos diferentes e é raro que uma poltrona da classe econômica ofereça uma experiência de voo agradável e confortável”.

Frente ao problema, diversas companhias aéreas responderam à crescente epidemia de obesidade somente solicitando para que passageiros com sobrepeso comprem dois assentos para garantir sua segurança e conforto.

Mas será que não seria mais uma maneira de essas companhias lucrarem às custas dos clientes?

Apesar de parecer discriminatória, algumas pessoas sugerem que se trata de uma questão de números: quanto mais pesado o avião, mais combustível ele consome.

A Samoa Air, por exemplo, diz que não pretende discriminar nem causar embaraço a seus passageiros ao cobrar a “taxa de peso”. A empresa oferece uma fileira de assentos XL (extra-grandes), que têm uma largura de 30 a 36 centímetros mais ampla do que a poltrona tradicional.

Chris Langton, CEO da companhia, defende o novo sistema de cobrança. “Tudo o que um avião tem para vender é o espaço dentro dele. As pessoas vão começar a admitir isso ao se perguntarem por que quem é mais leve tem que pagar por quem é mais pesado”, afirma.

Já na opinião de Peggy Howell, da NAAFA, a obesidade é uma doença e, por isso, obesos deveriam ter certos direitos garantidos.

Não está muito claro é em quanto o peso dos passageiros realmente aumenta os custos operacionais em comparação com outros fatores, como combustível, mão de obra, frete e manutenção da aeronave.

“Em termos numéricos, um passageiro mais gordo realmente aumenta o peso a bordo – elevando, assim, o consumo de combustível e os custos para a companhia aérea”, afirma Luke Jensen, pesquisador do Centro de Transporte Aéreo do Instituto de Tecnologia de Massachussetts (MIT, na sigla em inglês).

Mas a diferença real varia a cada voo e é relativamente pequena. Em um voo normal de um Boeing 737 entre Boston e Denver, por exemplo, um aumento de 100 kg faria o consumo de combustível subir de US$ 3 a US$ 5″, calcula o especialista.

Algumas soluções já estão no papel. Em 2015, a empresa de tecnologia e engenharia alemã SII Deutschland SANTO Seat ganhou o Crystal Cabin Award na categoria “equipamento para o conforto do passageiro”.

Em seu projeto, o assento é 1,5 mais largo que a média, e seu foco é acomodar com segurança passageiros viajando com crianças de colo ou clientes acima do peso no fundo do avião, onde a fuselagem se estreita.


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