Sistema de previsão do tempo do AM opera com precariedade, diz especialista
MANAUS – Não é segredo para ninguém que o Amazonas tem um clima imprevisível. O maior estado do País precisa ser monitorado com precisão pelos meteorologistas, mas o sistema de previsão do tempo está defasado. É o que disse Guilherme Figlioulo, presidente do Núcleo Regional do AM da Sociedade Brasileira de Meteorologia (NRAM-SBMET), em entrevista a um portal de notícias esta semana.
A frente fria que tem perdurado no estado também trouxe à tona a forma como os profissionais da meteorologia têm trabalhado atualmente.
É através das informações meteorológicas que decisões em diversos setores são tomadas. A exemplo disso estão a agricultura, navegação aérea, terrestre e aquática, e também o estudo e monitoramento da dispersão de agentes poluentes e/ou o excesso ou a falta de recurso hídrico.
Segundo Figlioulo, entre os principais problemas está a falta de estações meteorológicas para fazer a medição das variáveis. Sem elas, não há precisão nos modelos de previsão.
A situação se agravou ainda mais com a desativação, em 2022, do distrito do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) do Amazonas pelo Governo Federal. A unidade amazonense também era responsável pelos estados de Acre e Roraima na Região Norte. A demanda toda foi repassada à coordenação do Inmet em Belém-PA.
Um outro ponto levantado por Figlioulo é a baixa procura de estudantes pelo curso de Meteorologia na Universidade do Estado do Amazonas (UEA). De acordo com ele, apenas uma metrologista amazonense está incumbida de emitir alertas aos 62 municípios do estado pela Defesa Civil.
O especialista acredita que isso se deva à falta de conhecimento na área por parte da própria população.
Foto: Inmet