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Rio Negro continua secando em ritmo acelerado e já prejudica mais de 600 mil pessoas no Amazonas

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Rio Negro continua secando em ritmo acelerado e já prejudica mais de 600 mil pessoas no Amazonas

Amazonas – O Rio Negro, um dos principais afluentes do Rio Amazonas, atingiu uma marca histórica ao registrar 12,89 metros de nível em Manaus, segundo dados da medição realizada pelo Porto da cidade. A seca que assola o estado do Amazonas já é considerada a pior em 121 anos e afeta significativamente a vida de mais de 600 mil pessoas, gerando situações de emergência em 59 dos 62 municípios da região.

Até domingo, o nível do Rio Negro já havia baixado para 12,99 metros, e na segunda-feira, chegou a 12,89 metros, rompendo a barreira dos 13 metros pela primeira vez em mais de um século de medições. Para se ter uma noção da magnitude da situação, quando o rio está cheio, ele pode atingir cotas que variam entre 27 e 29 metros.

A seca impacta diretamente a vida das comunidades locais, colocando em risco a segurança de banhistas e afetando a mobilidade nas áreas ribeirinhas. A Praia da Ponta Negra, uma das atrações turísticas de Manaus, foi interditada para banho desde o início de outubro, devido ao risco de acidentes causados pelos desníveis e buracos na praia. Além disso, a Marina do Davi, que conecta Manaus a diversas comunidades ao longo do Rio Negro, sofreu profundas mudanças, com parte da marina secando e a necessidade de construir pequenas pontes para garantir o acesso às embarcações.

Na Zona Leste de Manaus, a situação é igualmente preocupante. Dois lagos, o Lago Mauá e o Lago do Aleixo, secaram, deixando mais de 50 famílias isoladas e prejudicando suas atividades comerciais e de subsistência. Casas flutuantes agora repousam sobre o rachão exposto pelo desaparecimento da água, e as comunidades locais enfrentam dificuldades no acesso à água potável, pesca e turismo comunitário, que faz parte de suas tradições há mais de duas décadas.

O governador do Amazonas, Wilson Lima, declarou situação de emergência em 55 dos 62 municípios do estado em setembro, buscando alocar recursos e assistência para as áreas afetadas. No entanto, a situação continua crítica, com um aumento significativo nos focos de calor, representando um desafio adicional para as autoridades locais.

A seca que assola o estado do Amazonas é um chamado urgente para a necessidade de ações efetivas de mitigação das mudanças climáticas e de preservação dos ecossistemas naturais que desempenham um papel vital na manutenção do equilíbrio ambiental na região. A comunidade local e as autoridades estaduais e federais enfrentam um desafio monumental na luta contra os efeitos devastadores da seca, enquanto buscam proteger suas populações e o meio ambiente.


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