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Zona do euro considera compra de empréstimos da Grécia

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ATENAS – Funcionários da zona do euro estão considerando uma proposta para comprar empréstimos que estados membros fizeram à Grécia, enquanto o Fundo Monetário Internacional (FMI) reiterou pedidos, nesta quinta-feira, para aliviar o fardo da dívida do país. As autoridades já consideraram várias opções para amenizar a situação grega: seja pela compra dos empréstimos bilaterais da Grécia, seja pela aquisição das obrigações com o FMI ou pela extensão de prazos e redução de juros, disseram as fontes. Uma nova reunião dos ministros europeus está agendada para o dia 24 de maio.

Na quarta-feira, funcionários sênior de ministérios das finanças do bloco fizeram uma teleconferência para discutir formas de tornar sustentáveis os € 321 bilhões de obrigações devidos pela Grécia, segundo fontes próximas à negociação. Uma opção seria a compra dos primeiros empréstimos que países fizeram à Grécia pelo Mecanismo Europeu de Estabilidade (ESM, em inglês), o fundo de resgate da zona do euro, permitindo que o país se beneficiasse das taxas de juros e dos prazos de concessão do órgão, disseram as fontes, que pediram anonimato diante da confidencialidade do assunto.

Cerca de € 52,9 bilhões de euros em empréstimos bilaterias foram feitos à Grécia em 2010 e 2011. A proposta debatida nesta quarta-feira prevê o uso de possíveis saldos dos atuais € 86 bilhões do plano de resgate financeiro para comprar uma parte desses créditos, disse uma das fontes. O prazo médio de empréstimos do ESM à Grécia é 32,3 anos, segundo o site da entidade — quase duas vezes maior que o prazo de empréstimos bilaterais. Comprar o montante total dos créditos bilaterais em circulação exigiram uma emenda do atual programa de ajuda e também a aprovação dos Parlamentos da zona do euro.

— É possível restaurar a sustentabilidade da dívida sem reduzi-la embora isso signifique amplas concessões; incluindo um longo período de carência e maturidade e taxas de juros muito baixas — disse o porta-voz do FMI, Gerry Rice, nesta quarta-feira à imprensa em Washington. — Há muitas opções possíveis para chegar a um pacote de alívio da dívida.

Os credores da Grécia enfrentam dificuldade na revisão do terceiro resgate do país, que abriria caminho para o desembolso de uma nova parcela. O FMI já se posicionou a favor do alívio da dívida grega. Na semana passada, ministros das finanças europeus começaram a discutir a possibilidade em uma reunião de emergência. Países como Alemanha afirmam que o FMI precisa estar envolvido no programa de ajuda, mas resistem a aceitar as chamadas do Fundo pelo alívio.

— Eu não vou discutir em detalhes as medidas que nós vamos discutir, e, tomara, aprovar, na próxima semana em Bruxelas — disse a repórteres Wolfgang Schaeuble, o ministro das Finanças alemão nesta quinta-feira no Japão. — Mas vocês sabem que fizemos algum progresso há duas semanas em Bruxelas. Nós estamos finalizando o que concordamos unanimamente duas semanas atrás na reunião do Eurogrupo (grupo de ministros das Finanças da UE).

O ESM também considera comprar os empréstimos do FMI como forma de dar um impulso financeiro à Grécia já que seus termos de dívida são mais lenientes do que os do Fundo, segundo relatório de sustentabilidade preparado por instituições europeis. A recompra dos créditos do FMI “somam ao alívio da dívida”, defendeu o vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis nesta quarta-feira.


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