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Temer diz que país sentirá quando começar a adotar medidas impopulares

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SÃO PAULO – O presidente interino Michel Temer disse nesta segunda-feira, na abertura do Global Agribusiness Forum 2016, em São Paulo, que a contenção de gastos no país “não começou a aparecer ainda” e que o país sentirá quando “a partir de certo momento” começar a adotar medidas impopulares.

Fazendo a ressalva de que sua permanência no governo até 2018 depende de eventual afastamento da presidente afastada Dilma Rousseff pelo Senado, Temer disse que “não espera mais nada da vida pública”, se conseguir “colocar o Brasil nos trilhos” neste período.

— As pessoas me perguntam: “Você não teme propor medidas impopulares?” Eu digo que não, meu objetivo não é eleitoral — disse o presidente interino, sem citar que medidas pensa em adotar.

Nas últimas semanas, o presidente interino adotou caminho adverso — patrocinou um aumento para o funcionalismo que terá impacto de R$ 58 bilhões, abriu mão de receber parte da dívida dos estados neste ano e anunciou reajuste de 12,5% no Bolsa Família.

O presidente interino anunciou para depois de agosto uma série de viagens internacionais para atrair investimento internacional para o país e “restabelecer a confiança”, mas não citou quais seriam os destinos.

Temer defendeu a renegociação da dívida com os estados como um “respiro fundamental para os estados brasileiros” e disse que não dar o aumento para o funcionalismo seria uma coisa “politicamente desastrosa para o governo e para o país”.

— Os movimentos políticos certa e seguramente motivariam aqueles que viriam cobrar o acordo — disse, citando o risco de greves pelo país.

‘TEMOS O APOIO DOS SETORES PRODUTIVOS DO PAÍS’

Um grupo de associações ligadas ao agronegócio entregou ao presidente interino um manifesto defendendo a “legitimidade constitucional” do novo governo e a realização de “reformas estruturais profundas” em nome da volta da “confiança do setor privado e a retomada de investimentos”.

“O agronegócio brasileiro (…) acredita que o governo Temer tem todas as condições de dar novo ritmo, com pragmatismo diplomático e inteligência comercial, à conquista de novos mercados para os produtos brasileiros no comércio internacional”, diz o documento.

— Vou colocar em um quadro para colocar em meu gabinete. (…) Isso nos permite ganhar forças para enfrentar os problemas, temos hoje o apoio dos setores produtivos do país — afirmou Temer, citando mais uma vez a expressão em latim “verba volant scripta manent” (as palavras voam, os escritos permanecem), citada por ele em carta de rompimento com Dilma Rousseff tornada pública no fim do ano passado.


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