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Sessão que votará meta fiscal tende a entrar pela madrugada

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BRASÍLIA – Senadores e deputados já começaram a votar, nesta terça-feira, a cédula com os vetos da presidente afastada Dilma Rousseff a 24 propostas, mas a votação do projeto que altera a meta fiscal só deverá começar no final da noite desta terça-feira. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou que foram destacados 13 vetos pelos partidos, que exigem votação nominal. Caso nenhum destaque seja retirado, segundo cálculos de parlamentares e assessores, serão necessárias mais de oito horas para finalizar a votação dos vetos e iniciar a votação do projeto da meta fiscal.

— Vamos entrar madrugada à dentro, até porque temos que vencer a votação dos vetos e só depois votar a meta fiscal. Mas estamos prontos para virar a noite, se preciso. É importante para o país — afirmou o deputado Daniel Coelho (PSDB-PE).

Regimentalmente, Renan terá que fazer pelo menos 13 votações nominais de vetos assim que encerrar a votação da cédula. Em cada delas, podem falar por até cinco minutos dois parlamentares para defender a derrubada e dois pela manutenção. Os assessores calculam outros 20 minutos para a finalização da votação de cada veto.

O senador Paulo Rocha (PT-PA), reafirmou a disposição do partido em obstruir a votação da meta fiscal:

— Fizemos destaques aos vetos, mas outros partidos da base do Temer também. Só a votação destaca dos vetos obstruir. Mas nossa obstrução acontecerá mesmo na votação da proposta que altera a meta fiscal com a qual não concordamos — disse Rocha.

VETO DO REAJUSTE DO BOLSA FAMÍLIA PELO IPCA

Apesar de ter provocado muita polêmica quando anunciado pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG) e vetado por Dilma Rousseff, a proposta que garantia, em 2016, o reajuste do programa Bolsa Família pelo IPCA não chamou a atenção de nenhum partido. Nem mesmo o PSDB, autor da proposta Ele não está entre os 13 vetos que serão votados nominalmente na sessão desta terça-feira.

O PSDB mantém o encaminhamento a favor da derrubada do veto, mas optou por não destacá-lo. Segundo o senador Aécio Neves, a avaliação da assessoria foi de que encaminhar pela derrubada, mas sem insistir em destacá-lo, já que a proposta previa a regra apenas para valer este ano.

— Provocada pelo que conseguimos aprovar, a presidente Dilma deu reajuste ao Bolsa Família. A assessoria entendeu que como só seria válido para 2016 e já foi dado o aumento, mesmo que não neste valor, não valeria a pena destacar — respondeu Aécio.

Os deputados e senadores se revesam na tribuna para pedir que os colegas derrubem vetos que estão na cédula, muitos deles não destacados. Sem conseguir que os dois vetos de Dilma a proposta que beneficiam músicos fossem destacados, o deputado Otávio Leite (PSDB-RJ) tentava fazer “boca de urna” para que deputados e senadores mudassem o voto na cédula. Conseguiu apoio do senador Romário (PSB-RJ).

— Acho que temos maioria na Câmara para derrubar os vetos, mas os senadores têm que alterar a cédula. São vetos que devem ser derrubados em defesa dos músicos brasileiros — apelava Otávio Leite.


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