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S&P corta rating de 20 bancos brasileiros em meio à crescente risco econômico

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RIO – A agência de classificação de risco Standard & Poor’s rebaixou nesta segunda-feira o rating em escala global de sete bancos brasileiros e de 13 em escala nacional após piorar a Avaliação de Risco-País da Indústria Bancária (Bicra, em inglês) do país do grupo 5 para o 6. A entidade também rebaixou a “âncora” do setor, ou seja, a nota de partida para classificar os bancos de “bbb-” para “bb+”. A S&P afirma que a tendência do risco para a indústria bancária é negativa.

“Nós esperamos um processo de ajuste mais prolongado no Brasil – uma correção mais lenta na política fiscal bem como outro ano de profunda contração econômica. Como esperávamos, os bancos domésticos agora passam por uma fase de correção, e a origem de crédito e preços das casa estão caindo em termos reais”, aponta a S&P.

A Bicra varia do grupo 1 (sistemas bancários de menos risco) ao 10 (nível de risco mais alto). A S&P afirma que, após a revisão do setor, manteve a classificação de crédito de 25 bancos.

A agência afirma que espera que tal fase de correção reduza a solvência dos bancos já que a estagnação deve continuar em 2016. Tais condições, diz a entidade, contribuem para um maior risco de crédito na economia. Ela aponta que a continuação da retração econômica, inflação e juros altos e condições de crédito mais restritas vão enfraquecer o setor corporativo, “que vai refletir empréstimos inadimplentes e perda de crédito”.

“O risco econômico do Brasil reflete o baixo nível do PIB per capita do país e os desafios econômicos e políticos no país, que permanecem consideráveis”, diz a nota da agência. “Além disso, esperamos que essas condições tenham um peso maior nas famílias já altamente endividadas ao passo que o desemprego aumenta”.

PEQUENOS E MÉDIOS BANCOS

A S&P afirma que a avaliação do setor bancário reflete a grande presença de bancos governamentais no sistema financeiro, “o que tem causado distorções significantes nos últimos anos, enfraquecendo a dinâmica da competitividade”. A agência afirma que os pequenos e médios bancos, que fornecem empréstimos a pequenas e médias empresas, sofrerão “perdas de crédito significativas”, que poderiam impactar em uma revisão para baixo da avaliação do sistema bancário do país.

“Devido a chance de uma em três de que nossa avaliação de risco econômico no setor bancário brasileiro vai piorar, nós avaliamos a tendência como negativa. Em nossa visão, as condições econômicas permanecem extremamente desafiadoras. Se o Brasil falhar em sair da recessão em 2017, o que ampliaria as perdas do setor e comprometeria os fundamentos dos bancos, poderíamos reavaliar o impacto da fase de correção e revisar ainda mais para baixo nosso Bicra“, aponta a agência.


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