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Reforma só para novos trabalhadores é ruim para contas públicas, diz Meirelles

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BRASÍLIA. Uma reforma da Previdência Social que só atinja trabalhadores que ainda vão ingressar no mercado de trabalho é uma solução ruim para as contas públicas. A avaliação é do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Em entrevista concedida nesta quarta-feira a quatro jornais, ele afirmou que uma reforma nesses moldes demoraria a ter efeito sobre os gastos públicos num momento em que a dívida pública caminha para uma trajetória insustentável.

_ A curva da dívida pública em poucos anos atinge patamares não sustentáveis. Vamos ter que reverter isso (…) Não há dúvida de que se nós dissermos que (a reforma) só vale para quem não entrou ainda no mercado de trabalho, ótimo, muito bom. Mas isso só vai fazer efeito num prazo muito longo. Então, do ponto de vista da dúvida pública isso não é uma boa solução _ afirmou o ministro.

Cauteloso, ele ressaltou, no entanto, que isso não quer dizer que as mudanças na Previdência serão impostas à sociedade. Segundo o ministro, caso a opção da maioria seja fazer ajustes de longo prazo, será preciso adotar outras medidas como cortes de gastos que hoje têm vinculações constitucionais:

_ Se não for essa a solução, quais são outros custos, quais são outras despesas públicas que terão que ser cortadas nos próximos anos? Estas alternativas serão colocadas. Ninguém aqui quer fazer isso ou aquilo. Temos que mostrar a realidade para a sociedade. Queremos garantir a aposentadoria de todos e a solvência do Tesouro e da Previdência _ disse ele, acrescentando: _ Pode haver, por exemplo, cortes em vinculações constitucionais. Pode se estabelecer tetos para a evolução das despesas públicas que com um tempo ajustem para patamares sustentáveis e que sejam horizontais.

O ministro voltou a falar ainda na fixação de uma idade mínima para aposentadoria como um fator importante, mas também não disse que ela será a única alternativa:

_ O que nós podemos dizer é que existem fatores que têm influência maior. Idade mínima é um fator importante. Mas isso terá que ser discutido. Qual seria essa idade? Qual seria a regra de transição? Estou citando uma alternativa relevante, mas que não é a única.


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