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Proposta da Previdência só irá para o Congresso em julho, diz Padilha

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BRASÍLIA – O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse nesta segunda-feira que o governo irá mandar para o Congresso Nacional uma proposta de reforma da Previdência no mês de julho. Hoje ele comandou mais uma rodada de discussões sobre o tema com as centrais sindicais. O grupo de trabalho com centrais sindicais e equipe econômica havia sido formado em 16 de maio, dias após o começo do governo interino. O governo dizia que apresentaria uma proposta de reforma da Previdência dentro de um mês, que venceria ao fim desta semana. Ao fim de uma entrevista coletiva, Padilha afirmou que neste semestre não será possível enviar uma proposta sobre o tema, mas que o governo quer encaminhar um projeto antes da votação do impeachment.

O deputado Paulinho da Força Sindical (SD-SP) disse que as centrais sugeriram a legalização dos bingos, a venda de imóveis da Previdência, melhoria na fiscalização e maior cobrança previdenciária do setor rural. O governo não quis encampar nenhuma dessas ideias, por enquanto, mas Padilha afirmou que a legalização dos bingos, que geraria uma receita anual estimada em R$ 15 bilhões por ano, é uma boa ideia. Nas contas de Paulinho, o aumento da fiscalização geraria R$ 32 bilhões. Ele avalia ainda que cerca de 3 mil imóveis da Previdência podem ser vendidos.

O ministro falou que o que é adotado “classicamente” no mundo será adotado no Brasil. Segundo ele, será fechada uma fórmula com algumas receitas extraordinárias para que o sistema previdenciário seja sustentável no longo prazo. No entanto, o governo “não quer saber de CPMF”, disse.

— O governo ainda não sugeriu nada. Ouviu, ouviu e ouviu. Esse é um trabalho de construção coletiva. Se o governo antecipar qualquer lance que esteja fora da discussão, nós acabamos assumindo a paternidade exclusiva. Queremos dividir com a sociedade. Será a muitas mãos — afirmou Padilha.

Segundo Marcelo Siqueira, assessor especial da Casa Civil, o déficit da Previdência para este ano é de R$ 136 bilhões. Se todas as propostas feitas pelas centrais fossem adotadas, ainda assim restaria um rombo de mais de R$ 50 bilhões.

— O que nós estamos propondo é que o governo corrija o passado. Corrigido o passado, vamos ver o buraco que ficou — disse Paulinho da Força (SD-SP).

Estiveram na reunião, além de Padilha e Paulinho da Força: Ronaldo Nogueira (ministro do Trabalho), Dyogo Oliveira (ministro do Planejamento), Marcelo Caetano (secretário de Previdência), Benedito Adalberto (secretário de Políticas de Previdência Social), Clovis Scherer (Dieese), representantes da Central dos Sindicatos Brasileiros, Força Sindical, Sindicato dos Aposentados, União Geral dos Trabalhadores, e Confederação Nacional da Indústria. Também compareceram os deputados Bebeto (PSB-BA) e Darcísio Perondi (PMDB-RS).


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