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Empréstimos da China para América Latina dobram em 2015

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PEQUIM – Os empréstimos da China para países da América Latina mais que dobraram em 2015, de US$ 10,8 bilhões para US$ 29,1 bilhões. O valor é quase duas vezes maior que os repasses feitos no mesmo período à região por organizações multilaterais de desenvolvimento, como o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). As informações foram divulgadas nesta segunda-feira, no China-Latin America Economic Bulletin.

Segundo o relatório, elaborado por analistas da Universidade de Boston, o gigante asiático tem aumentado sua importância, em meio à crise na região. “A China emergiu como uma importante fonte de financiamento contracíclico em tempos de retração econômica na região. Na última década, os empréstimos chineses à América Latina dispararam nos dois anos de queda do PIB regional: 2010 e 2015”, destaca o documento.

No ano passado, a maior parte dos empréstimos (US$ 17,7 bilhões) foi financiado pelo Banco de Desenvolvimento da China (CDB, na sigla em inglês). O valor restante (US$ 11,4 bilhões) partiu do Banco da China.

O montante emprestado em 2015 é o maior desde 2010, quando os chineses emprestaram US$ 35,6 bilhões. Embora os valores sejam parecidos, as características das linhas de financiamento aprovadas no ano passado mostram que a China está interessada em dois setores bem específicos na América Latina: infraestrutura e hidrocarbonetos.

Para os analistas de Boston, trata-se de uma tendência, já que os chineses têm parcerias acordos em andamento com vários países da região, inclusive o Brasil. “O aumento do empréstimo em um único setor deve continuar nos próximos anos, como parte dos acordos do encontro China-Comunidade dos Estados da América Latina e Caribe (Celac). Os projetos de viabilidade em curso incluem o parque industrial Capial de las Ciencias no estado de Jalisco (México) e a ferrovia transoceânica ligando o Peru, Brasil e possivelmente a Bolívia”.

O estudo destaca ainda que o aumento da participação do capital financeiro da China contrasta com o esfriamento do fluxo comercial do país com a América Latina. O déficit comercial da região com os chineses ficou estável em 0,6% entre 2014 e 2015, mostrando os efeitos do fim do boom de commoidities.


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