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Dólar fecha a R$ 3,44, menor valor em 9 meses

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SÃO PAULO – O dólar comercial atingiu a sua menor cotação em nove mesma nesta sexta-feira, mesmo com a atuação do Banco Central (BC) no mercado de câmbio. A moeda americana fechou cotada a R$ 3,438 para a compra e a R$ 3,44 na venda, um recuo de 1,68%. No acumulado do mês, a queda chega a 4,4%, refletindo um ambiente de menor aversão ao risco no exterior e expectativa de mudança no cenário político. Já a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) caiu 0,74%, aos 53.910 pontos, mas no mês acumula ganhos de 7,7%.

A queda do dólar está baseada, principalmente nesta semana, está atrelada a fatores externos. O Federal Reserve (Fed, o bc americano) sinalizou maior preocupação com o nível de atividade, o que foi interpretado com o adiamento de uma nova alta na taxa de juros nos Estados Unidos. No Japão, a autoridade monetária não ampliou os estímulos monetários, fortalecendo o iene ante ao dólar e alguns indicadores de atividade na Europa vieram mais fracos que o esperado. No exterior, o “dollar index”, registra queda de 0,77% perto do horário de encerramento dos negócios no Brasil. Esse indicador é calculado pela Bloomberg e mede o comportamento do dólar frente a uma cesta de dez moedas.

—A gente está em uma conjuntura baixista do dólar. O cenário externo contribuiu para isso. O Fed assumiu uma postura cautelosa reconhecendo uma leve piora na economia e com isso a expectativa de uma alta de juros em junho ficou menor —avaliou Cleber Alessie, operador da corretora H.Commcor.

Após três pregões, o BC voltou a anunciar leilões de swap cambial reverso, que possuem efeito de compra de dólar no mercado futuro. Ao todo foram retirados US$ 1,4 bilhão do mercado, o que não foi suficiente para reverter a tendência de queda.

— O que está ajudando o dólar é a recuperação do preço das commodities. A divisa está caindo em relação a quase todas as moedas. Além disso, há uma expectativa de mudança na equipe econômica — avaliou Hideaki Iha, operador de câmbio da Fair Corretora.

No início do ano, o barril de petróleo chegou a ser negociado abaixo de US$ 30 dólares. Nas últimas semanas, subiu e está em torno de US$ 48, o que beneficia as moedas de países produtores, como Brasil.

Na avaliação de Iha, o BC errou ontem ao não realizar leilões de swap quando a moeda atingiu os R$ 3,50. Esse é o patamar que os agentes do mercado financeiro encaravam como piso e, ao ser rompido, começaram a desmontar posições, acelerando a venda da moeda e, assim, a queda da cotação.

Para Pablo Spyer, diretor da Mirae Asset, devido à conjuntura externa, ainda há espaço para o dólar cair. Internamente, foi a formação da Ptax (cotação do BC) que serve para a liquidação de contratos do mercado financeiro. Os vendidos, que esperavam a queda da cotação, ganharam a briga com os comprados.

— O pregão foi de luta pela Ptax e isso também ajudou. Mas a queda do dólar é um movimento de fora também, o dólar está perdendo valor globalmente — disse.

DÓLAR PERDE FORÇA NO MUNDO

Na Bolsa, as ações da Petrobras passaram a operar em queda no início da tarde. As preferenciais (PNs, sem direito a voto) fecharam estáveis, a R$ 10,23, e as ordinárias (ONs, com direito a voto) recuaram 2,21%, a R$ 13,27. O preço do petróleo do tipo Brent estava praticamente estável, a US$ 48,02. Já os papéis PNs da Vale subiram 1,22% e os ONs tiveram queda de 0,50%. O minério de ferro subiu 5,31% na China, a US$ 66,24.

A Embraer, apesar do lucro de R$ 385,7 milhões no trimestre, registraram queda nas suas ações de 3,87%.

— No exterior as Bolsas também estão em queda. E tem o cenário corporativo, com alguns balanços que não vieram bons. Com isso a Bolsa perde força com a realização após a alta no mês. Lucro bom é no bolso — avaliou Luiz Roberto Monteiro, operador da Renascença Corretora.

A Bolsa segue o mercado externo, em que os principais indicadores do mercado acionário operam em queda. Na Europa, todos os principais índices fecharam em terreno negativo. O DAX, de Frankfurt, caiu 2,73%, e o CAC 40, da Bolsa de Paris, teve recuo de 2,82%. O FTSE 100 registrou desvalorização de 1,27%. Nos Estados Unidos, o Dow Jones cai 0,58% e o S&P 500 cai 0,79%.


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