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Balança comercial registra melhor resultado para março em 28 anos

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BRASÍLIA – A balança comercial brasileira registrou em março o melhor resultado para o mês em 28 anos, desde o início da série histórica. O saldo entre exportações e importações foi positivo em US$ 4,435 bilhões. O número é quase 10 vezes maior do que o registrado no ano passado, quando o saldo foi de US$ 460 milhões. No trimestre, as vendas ao exterior superaram as compras em US$ 8,398 bilhões, ante um déficit de US$ 5,549 bilhões em 2015.

No mês, as exportações totalizaram US$ 15,9 bilhões, uma queda de 5,8% sobre o valor de 2015. O saldo da balança foi positivo, apesar do recuo nas vendas, porque as importações caíram em maior proporção. As compras recuaram 30% na comparação com 2015, somando US$ 11,5 bilhões. O valor que entra no país com exportações tem caído sobretudo por conta de uma redução de preços (de 17,4% em março), uma vez que as quantidades de bens exportados subiram 15,7% no mês passado. Nas importações, tanto valores (-9%) quanto quantidades (-23,1%) caíram.

— O superavit de março é histórico. Se dá por conta de uma queda de importação maior do que de exportações. A queda da importação é impactada pela baixa atividade econômica. Enquanto a exportação cresce em volume. Há uma redução de preços, há uma maior demanda por commodities e mais oferta por produtos agrícolas no mundo e isso faz com que os preços se reduzam — explica o diretor de estatística e apoio à exportação da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), Herlon Brandão.

No acumulado entre janeiro e março as exportações somaram US$ 40,5 bilhões – queda de 5,1% sobre 2015 – e as importações totalizaram US$ 32,1 bilhões, uma retração de 33,4%.

Dentre as exportações, decresceram as vendas de todos os grupos de produtos: semimanufaturados (-14,1%), manufaturados (-5,6%) e básicos (-1,8%). Caíram principalmente as exportações de ferro fundido (-48,1%), minério de ferro (-44%) e petróleo em bruto (-40%). Brandão explicou que a recente melhora de preços do minério de ferro e petróleo não é suficiente para recuperar os valores que eram cobrados no início do ano passado:

— Os preços melhoram em relação aos últimos meses, mas quando você compara com o começo de 2015, o nível ainda era muito maior.

Por outro lado, cresceram significativamente as vendas de centrifugadores (+813,2%), milho em grão (+154,2%) e etanol (70,1%). O volume de soja exportado cresceu 50% no mês passado. Segundo Brandão, a expectativa é de que as vendas do grão superem o ano passado, quanto foram exportados 54 milhões de toneladas de soja, e chegue a 56 milhões de toneladas.

Os principais compradores dos produtos brasileiros foram o grupo constituído por China, Hong Kong e Macau, que desembolsaram US$ 3,9 bilhões com produtos brasileiros, e Estados Unidos, que gastou US$ 1,9 bilhão.

Quanto às importações, reduziram, no mês, o valor em compras de combustíveis e lubrificantes (-40,8%), bens de consumo (-31%), bens intermediários (-28,3%) e bens de capital (-26,8%). Segundo nota do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), a queda no total gasto com compras de combustíveis se deu “pela diminuição dos preços de gás natural, carvão, petróleo em bruto e óleos combustíveis”. Os maiores fornecedores do país são Estados Unidos, de quem o Brasil comprou US$ 2,1 bilhões em produtos em março, e Ásia (US$ 1,9 bilhão).


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