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Ao lançar programa de incentivo à indústria, ministro admite alcance limitado

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BRASÍLIA – Em mais uma tentativa de impor uma agenda positiva e mostrar que o governo não está paralisado pelo processo do impeachment, o governo anunciou nesta quarta-feira um programa para melhorar a competitividade das pequenas e médias empresas do setor da indústria – o “Brasil mais produtivo”. Na prática, as indústria selecionadas nos arranjos produtivos locais passarão a ter acesso a consultorias do Sebrae e do Senai para reduzir custos e melhorar os processos de produção. Além disso, as empresas beneficiadas terão acesso às três linhas de financiamento do BNDES (inovação, exportação e cartão BNDES). O programa contará inicialmente com R$ 50 milhões para pagamento das consultorias.

Ao anunciar a medida, o ministro do Desenvolvimento e Comércio Exterior, Armando Monteiro, admitiu, no entanto, que o alcance do programa é limitado, diante da situação “extraordinariamente difícil” porque passa o país e do sistema tributário “disfuncional”.

Segundo ele, embora haja espaço para melhorar a competitividade da indústria nacional, há muito o que fazer “fora da porta da fábrica”. Ele destacou que a medida mais importante adotada até agora do ponto de vista de política industrial foi o realinhamento do câmbio, que está favorecendo os exportadores. Monteiro avalia que o saldo da balança comercial poderá ficar entre US$ 40 bilhões e US$ 50 bilhões, mas ainda mantém a projeção de US$ 35 bilhões em 2016.

— O realinhamento do câmbio foi a medida de política industrial mais importante. O câmbio é um preço fundamental e grande parte da perda da indústria é decorrente do período de apreciação cambial que erodiu completamente a competitividade da industria brasileira — disse o ministro.

Ele destacou, porém que o programa lançado hoje é uma medida de baixo custo e que pode trazer efeitos positivos rapidamente. O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, reforçou que o país passa por um momento de paralisia e que será preciso recuperar a confiança para trazer de volta os investimentos e gerar empregos.

— Neste ambiente de forte restrição fiscal, paralisia e longa recessão, o programa se apresenta como um instrumento realista para melhorar a competitividade das indústria brasileira — disse.

Andrade lembrou que as empresas já beneficiadas pelo programa, na fase de projeto-piloto em 2015, conseguiram elevar a produção 42% e uma redução nos custos de 21%. Participaram da etapa experimental 18 industrias. Agora, a medida será adotada em todo o país, podendo contemplar 3 mil empresas, sendo 2 mil micros e pequenas.

O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, disse que a instituição está discutindo com aérea econômica, as condições de financiamento nas três linhas que serão oferecidas ao segmento. Segundo ele, essas linhas já existem e estão sendo aperfeiçoadas. Segundo ele, a taxa de câmbio atual é “estimulante” e pode ajudar as empresas exportadoras a recuperar participação no mercado internacional.

— As empresas selecionadas terão acesso automático às essas três linhas de financiamento do BNDES – disse.

Coutinho não quis antecipar o montante do crédito destinado ao programa, mas citou que só o cartão BNDES movimentou R$ 10 bilhões no ano passado. O total deve superar essa quantia, mencionou.


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