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‘Nosso sofrimento não é Fake News’, dizem pacientes abandonados que aguardam cirurgias de emergência no 28 de Agosto; veja vídeos

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"Nosso sofrimento não é Fake News", dizem pacientes que sofrem aguardando cirurgias de emergência no 28 de Agosto; veja vídeos

Manaus – Pacientes que chegam a aguardar mais de 10 dias por cirurgias de emergência no Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto, em Manaus, denunciaram, nesta quarta-feira (18/12), o descaso no atendimento e a falta de médicos especializados, especialmente na área de ortopedia. Enquanto o Governo do Estado do Amazonas tenta descredibilizar as denúncias sobre a troca de gestão do hospital para a Organização Social de Saúde (OSS) Agir e dizer que os atendimentos estão “normalizados”, os relatos da população que sofre com a longa espera e sem previsão de atendimento continuam a causar revolta entre as famílias que dependem do SUS no Complexo Hospitalar Zona Sul.

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Em vídeos exclusivos, enviados ao portal e TV CM7 Brasil, diversos pacientes compartilham suas histórias de sofrimento, aguardando atendimento médico urgente. A situação no hospital, segundo eles, é desesperadora. O CM7 tem dado voz à população, ouvindo aqueles que estão sofrendo nas filas e sem perspectiva de atendimento.

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“Eles ficam nos enganando”

Um paciente, que espera pela cirurgia de fratura no pé há quatro dias, conversa com outro paciente, que aguarda a cirurgia há 10 dias. Segundo eles, a atual direção diz que há ortopedistas disponíveis, mas a realidade é outra: ‘Eles ficam nos enganando, dizendo que têm ortopedistas, mas não têm. Já estou há dez dias esperando a cirurgia e, até agora, nada’, afirmou o enfermo, visivelmente frustrado com a falta de informações.

“A gente é tratado com ignorância até pelos seguranças”

Um dos pacientes, que está internado há 15 dias, relata o caos vivido dentro da unidade. “A gente não sabe de nada, não tem posição sobre nada. Já caí da maca e fui agredido com palavras pelos enfermeiros. E quando a gente sai pra dar uma volta, é tratado com ignorância pelos seguranças. Estamos vivendo um cárcere privado aqui dentro. Não tem ortopedista, e a gente está vivendo esse descaso”, afirmou o homem, que estava esperando por atendimento ortopédico. Ele também mencionou que o ambiente do hospital está sem condições adequadas, especialmente o segundo piso, onde são armazenados resíduos.

“Os médicos não aparecem”

Outro paciente, Samuel Veloso, que sofreu um acidente recentemente, relata a falta de médicos ortopedistas. “Aqui a maioria dos pacientes está com problemas de ortopedia, e não tem médico. A ortopedia é a especialidade mais necessária no hospital, mas estamos esperando um milagre, porque médicos não aparecem. Estou com a clavícula quebrada, e outros estão com pernas e braços quebrados, mas sem atendimento”, disse Samuel.

 

“Não temos comida boa nem higiene adequada”

Uma mulher, com muitos dias de espera pela cirurgia, não escondeu sua indignação. ‘A saúde pública está uma porcaria. Wilson Lima deveria estar aqui, junto com a gente, para ver o que estamos passando. Ele pegou o dinheiro do povo, que a gente paga imposto, e ele tá lá na mansão dele e nos deixa aqui nesse sofrimento. Não temos nem comida boa, nem higiene adequada’, desabafou ela, criticando o governador pela falta de ação e atenção à população que o elegeu.

“A minha operação é de Urgência!”

Uma senhora de 58 anos, com o braço quebrado e mãos roxas devido à falta de atendimento urgente, também expressou seu sofrimento. ‘Estou aqui há quatro dias esperando cirurgia e a situação está insuportável. O banheiro é horrível e ninguém se importa. Eu quero urgência no atendimento, não dá mais para esperar’, disse ela, visivelmente revoltada.

A situação no Hospital 28 de Agosto revela o cenário de abandono e descaso que, segundo os pacientes, é uma realidade diária, ainda mais com a escassez de profissionais e a falta de estrutura para atendê-los. Enquanto o Governo do Estado tenta minimizar a situação, os relatos da população deixam claro o sofrimento de quem depende do sistema público de saúde para sobreviver. E, apesar de todas as tentativas de abafar a realidade, o sofrimento desses pacientes não é fake news. É um grito por socorro que ecoa nas paredes do hospital.


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