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“Palhaçada! Ele é um verdadeiro moleque!”, desabafa motorista de app que realizou buscas por Maxwell; veja vídeo

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“Palhaçada! Ele é um verdadeiro moleque!”, desabafa motorista de app que realizou buscas por Maxwell; veja vídeo

Manaus – A cidade de Manaus foi surpreendida por uma história que parecia ser mais um caso de desaparecimento envolvendo trabalhadores e criminosos, mas que, na verdade, escondia uma farsa engenhosa. Maxwell da Costa Barroso, 35 anos, motorista de aplicativo, simulou seu próprio desaparecimento após contrair dívidas com agiotas, levando amigos, familiares e até autoridades a acreditarem que ele havia sido vítima de um crime. O caso causou revolta e decepção em seus colegas, incluindo Júnior Evangélista, 39 anos, que mobilizou buscas em uma área de mata para encontrar o amigo.

Em 5 de dezembro de 2024, Júnior organizou a operação de buscas com outros colegas motoristas de aplicativo no ramal da rodovia AM-010, na zona rural de Manaus. Ao saber da farsa, ele não conteve a decepção e desabafou: “Ele é um verdadeiro moleque, tá queimado!”, desabafou.

Segundo ele, a situação toda foi ainda mais chocante porque tudo parecia indicar um caso de assalto e morte – até mesmo sangue foi encontrado no carro de Maxwell, o que levou a polícia a acreditar que ele havia sido brutalmente atacado. O cenário parecia refletir uma realidade já bastante comum na capital amazonense, onde trabalhadores são vítimas de crimes violentos. Mas não foi o caso aqui.

Segundo a polícia, a história começou a se desenrolar no dia 3 de dezembro, quando Maxwell foi dado como desaparecido. Sua esposa, Simone, e seu amigo Josefá, também motorista de aplicativo, participaram ativamente da armação. Juntos, registraram um Boletim de Ocorrência (B.O.) e espalharam a falsa notícia de seu desaparecimento. Isso gerou uma mobilização das autoridades, com equipes da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), do Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMA) e da Companhia Independente de Policiamento com Cães (CIPCães) realizando buscas intensas na mata da AM-010.

No entanto, a investigação, conduzida pelo jornalista Josemar Antunes, revelou uma trama muito mais complexa. Ao invés de ser vítima de um crime, Maxwell havia fugido para Santarém, no oeste do Pará, para escapar das dívidas com agiotas que o ameaçavam. Sem saída e sem recursos para pagar os credores, ele optou por forjar o desaparecimento como última tentativa de se livrar da pressão e evitar confrontos.

Com a revelação da farsa, Maxwell, Simone e Josefá agora enfrentam acusações por falsa comunicação de crime, um delito previsto no artigo 340 do Código Penal Brasileiro, que pode resultar em pena de detenção de um a seis meses ou multa. As autoridades locais não pouparam críticas à atitude do trio, ressaltando o prejuízo causado à sociedade ao mobilizar recursos públicos e desviar a atenção de investigações de crimes reais.


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