Mãe de Djidja justificou uso de cetamina em depoimento: “Steve Jobs criou o iPhone com 3 LSD na cabeça”; veja
Manaus – Após a divulgação da sentença condenatória dos envolvidos no caso Djidja nesta terça-feira (17), um trecho do depoimento de Cleusimar Cardoso, mãe da ex-sinhazinha do Boi-Bumbá Garantido, surpreendeu a todos. No seu testemunho, a mulher admitiu o uso de drogas, incluindo a cetamina, como parte de suas experiências pessoais. Contudo, o que realmente chamou a atenção foi a justificativa de seu relato.
Cleusimar fez uma afirmação inusitada ao mencionar que a criação do iPhone teria sido inspirada após Steve Jobs consumir três doses de LSD.
Veja:
A investigação conduzida pelo Ministério Público do Amazonas revelou um cenário de consumo e tráfico de cetamina, um anestésico veterinário que ganhou notoriedade em círculos de uso recreativo. A droga, amplamente apreendida durante as diligências, era distribuída em um contexto descrito como “espiritual” pelos acusados. A seita, identificada como ”Pai, Mãe, Vida”, utilizava a substância em supostas sessões de meditação, mas também em eventos privados e no salão de beleza Bella Femme, vinculado ao grupo.
Testemunhas relataram abusos físicos e psicológicos, além da indução forçada ao uso da cetamina. O depoimento de Gabrielle, uma das vítimas, foi crucial para comprovar que os envolvidos utilizavam o entorpecente de forma descontrolada, causando dependência e colapsos físicos em participantes da seita.
O juiz Celso Souza de Paula, responsável pela decisão, destacou a gravidade dos crimes ao condenar os acusados a 10 anos, 11 meses e 8 dias de reclusão em regime fechado, além do pagamento de 1.493 dias-multa, com base no artigo 33 (tráfico de drogas) e no artigo 35 (associação criminosa) da Lei nº 11.343/2006.
A sentença determinou ainda o lançamento dos nomes dos condenados no rol dos culpados e a comunicação ao Tribunal Regional Eleitoral para a suspensão dos direitos políticos.
Os condenados
Entre os principais condenados estão:
• Cleusimar Cardoso, líder espiritual da seita e apontada como a “cabeça” do esquema;
• Ademar Farias Cardoso Neto, acusado de distribuir a droga e de envolvimento em abusos;
• Verônica Seixas e Marlisson Dantas, funcionários que, segundo a sentença, facilitavam o uso da cetamina dentro do salão Bella Femme;
• Claudiele Santos, acusada de participação direta na distribuição do entorpecente.
Impacto da decisão
O magistrado reforçou, em sua sentença, que a prática dos acusados “coloca em risco a saúde pública e se distancia do argumento de uso pessoal”. A materialidade do crime foi comprovada por laudos periciais, apreensão de drogas e depoimentos de testemunhas. A investigação mostrou, ainda, que a droga era adquirida de forma ilícita em clínicas veterinárias e utilizada como ferramenta de manipulação em rituais espirituais.
O caso chocou a sociedade manauara ao expor uma rede que envolvia o uso abusivo de cetamina em um contexto de suposta elevação espiritual. A morte de Dijdja Cardoso, apontada como uma das consequências desse esquema, trouxe à tona a gravidade do consumo descontrolado da droga.
Leia sentença na íntegra: