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‘A defesa dos acusados não está tendo acesso à documentação’, afirma advogada Catharina Estrela

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Manaus – A defesa de um dos suspeitos de participação na morte do engenheiro Flávio Rodrigues admitiu dificuldades de acesso ao inquérito policial e criticou o vazamento de informações e o trabalho de parte da imprensa que, segundo a advogada Catharina Estrela, tem exagerado no assédio à atuação da Polícia Civil, visando induzir a opinião pública a ver o caso com questões políticas e com o objetivo de interferir no resultado final da investigação.

Catharina é responsável pela defesa do sargento da Polícia Militar Eliseu da Paz de Souza e lamentou que parte da imprensa busque transformar o caso em um fato político, uma vez que Alejandro Molina, um dos envolvidos, é enteado do prefeito Arthur Virgílio Neto.

“A investigação tem que seguir o código e, portanto, deve ser sigilosa. Quando vemos algo da lei sendo desrespeitado, a finalidade começa a ser duvidosa, e daí vemos se transportar para um ramo político, e aqui o prefeito Arthur não é réu em nada. Mas só se falam de coisas relacionadas a ele”, criticou a advogada.

Ela enfatizou que a investigação deve prosseguir sustentada nos fatos que realmente constam no processo e defendeu que a mídia exagerada em cima do caso pode criar um processo indutivo que venha atrapalhar o trabalho da polícia de alguma forma. “Eu realmente vou falar sobre o ocorrido no caso somente ao final das investigações, baseada no que está no processo. Não dá para ficar trazendo coisas de fora, senão a investigação nunca terminaria”, disse Catharina, alegando que os veículos publicam uma “série de informações desencontradas”.

Dificuldade de acesso

Catharina Estrela denunciou ainda que, na última quarta-feira (2), o cliente prestou depoimento e, somente na sexta-feira (4), foi que conseguiu ter o acesso às informações do inquérito que já haviam sido ‘vazadas’ à imprensa.

“O que está acontecendo é que a imprensa está tendo acesso a documentação antes da defesa. Como exemplo, eu só tive acesso ao laudo necroscópico na sexta-feira à noite, e era um documento que embasava o pedido de prisão da polícia. Mas a imprensa já tinha esse laudo. Uma repórter me mostrou o documento antes”, afirmou a advogada.

A advogada também disse que o delegado titular da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), Paulo Martins, negou a ela o acesso ao documento. “Eu questionei o delegado na hora que o documento chegou na delegacia e recebi a resposta que o escrivão já havia ido embora, trancado a sala, e naquele momento não teria mais como ter acesso ao inquérito. Por isso estamos criticando que a defesa dos acusados não está tendo acesso à documentação. É uma situação que está sendo criada para dificultar o nosso acesso e parecer que estamos falando coisas desconexas”, relatou Catharina.


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