Governo Federal adia decisão sobre exploração de petróleo no Amazonas após enchentes no Rio Grande do Sul
Amazonas – Após as devastadoras enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul, o Governo Federal adiou a decisão sobre a exploração de petróleo na Margem Equatorial, região que se estende do Amapá ao Rio Grande do Norte. A nova presidente da Petrobras, Magda Chambriard, defende essa exploracão, mas a polêmica sobre o tema está parada na Câmara de Conciliação da Advocacia-Geral da União há cerca de dez meses, sem uma resolução definitiva.
A tragédia no Rio Grande do Sul serviu como alerta para ambientalistas, que veem as enchentes como um sinal da importância de um estudo mais aprofundado sobre o impacto da exploração de petróleo na bacia da foz do Amazonas. Com o Ibama solicitando esse estudo, o governo optou por adiar a decisão, sem previsão de um desfecho iminente.
A Petrobras alega ter investido consideráveis recursos na operação, que foi contestada pelo Ibama devido a “inconsistências técnicas” no projeto apresentado. Na época, a então ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, considerou o projeto “altamente impactante”. Mesmo após a demissão do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, por desacordos com outros ministros, a discussão sobre a exploração na foz do Amazonas continua em aberto.
Enquanto parte do governo defende a importância dessa prospecção para a transição energética do país e a garantia de autossuficiência na produção de petróleo, a falta de consenso persiste. A nova presidente da Petrobras terá que lidar com esse embate assim que assume o cargo, ressaltando a necessidade de uma decisão por parte do presidente Lula.
Com argumentos divergentes e sem uma solução em vista, a questão sobre a exploração de petróleo na Margem Equatorial permanece indefinida. Enquanto o governo busca resolver a discordância, a necessidade de conciliar os impactos ambientais, sociais e econômicos dessa exploração segue em pauta. A manifestação jurídica e as preocupações com as comunidades indígenas e a fauna local são aspectos essenciais que precisam ser considerados antes de qualquer avanço nesse importante projeto.
Planos do Governo
No Brasil, por exemplo, o governo brasileiro, que controla a Petrobras, mantém seus planos de explorar novas fontes de petróleo na área conhecida como Margem Equatorial, que compreende a região que vai da costa do Amapá ao litoral do Rio Grande do Norte.
A região vem sendo chamada de “novo pré-sal” por integrantes do governo Lula como o ministro de Minas e Energia Alexandre Silveira. Segundo o ministro, o Brasil não poderia abrir mão dessa fonte de recursos.
Em maio deste ano, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) rejeitou um pedido de licença ambiental para a perfuração de um poço de pesquisa para checar a existência ou não de petróleo em uma área localizada na bacia sedimentar da Foz do Rio Amazonas.
O Ibama alegou que o plano de segurança para eventuais vazamentos apresentado pela Petrobras não era suficiente para mitigar os riscos da atividade no local. A estatal recorreu da decisão.
Mas a posição do Brasil de explorar novas fronteiras exploratórias de petróleo não acontece de forma isolada.
Guiana e Suriname, que também participarão da Cúpula, vivem a expectativa de um verdadeiro boom gerado pela exploração de petróleo.
Com auxílio de informações via Folha de SP e BBC