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“Estamos entrando num estado de calamidade pública”, dizem médicos expulsos do Hospital 28 de Agosto; veja vídeo

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Manaus – Médicos do Hospital 28 de Agosto expressaram tristeza, indignação e preocupação em um vídeo após serem surpreendidos com a decisão do Governo do Amazonas de que uma Organização Social (OS) de Goiás irá assumir a gestão da unidade de saúde. A mudança foi acompanhada pela saída repentina dos profissionais que atuavam no hospital, sendo informados por mensagens no celular para retirarem seus pertences dos armários de forma imediata.

O momento foi descrito como um choque emocional para os profissionais. Muitos, que dedicaram anos de suas vidas ao hospital, choraram ao expressar o sentimento de perda.“É como se fosse um filho que estão tirando da gente”, relatou uma médica em lágrimas no vídeo, evidenciando o impacto pessoal e afetivo de um anúncio que veio de forma súbita, sem diálogo prévio.

Os profissionais destacaram que o sentimento vai além da perda de um vínculo profissional: é uma sensação de abandono e incerteza em relação ao futuro da saúde pública no estado. Alguns médicos, que trabalharam durante anos em plantões em datas comemorativas como Natal e Ano Novo, disseram estar desorientados com o que consideram ser uma decisão que compromete a assistência à população mais vulnerável.

Além da perda emocional, o vídeo traz questionamentos importantes sobre o futuro da saúde no Amazonas. Os profissionais expressaram receio de que a nova gestão da OS, vinda de fora do estado, não possua a sensibilidade necessária para atender as demandas e particularidades do povo amazonense.

“Será que essa empresa vai trazer pessoas que se importam tanto com a população do Amazonas como nós que somos amazonenses, fomos criados nessa terra, e trabalhamos a vida inteira aqui dentro?”, disse uma médica.

Especialistas e profissionais também alertaram sobre os riscos de uma situação ainda mais grave. O Hospital e 28 de Agosto, um dos maiores centros de referência em cirurgia no estado, já foi considerado o segundo melhor do Brasil, mas agora enfrenta uma possível precarização com a mudança de gestão. A redução nos leitos hospitalares — de mais de 100 para apenas 36 — e a diminuição no número de médicos por plantão — de 12 para apenas 4 — preocupam especialistas, que afirmam que essas mudanças configuram uma tentativa de privatização da saúde no estado.

A situação traz à tona um cenário preocupante para a população amazonense, que depende do Hospital e 28 de Agosto para cirurgias complexas e atendimento em urgências. O sentimento entre os profissionais é claro: a saúde do estado caminha para uma situação de calamidade, caso essas mudanças não sejam debatidas e revertidas.

Veja vídeo:


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