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Covid que lute: Amazonas é a prova de que imunidade coletiva pode vir antes do esperado

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Amazonas – Ao contrário do que estudos iniciais sugeriam, a imunidade coletiva, também conhecida como imunidade de rebanho, pode ser conquistada frente à pandemia do novo coronavírus muito antes do esperado no Amazonas.

Especialistas que participaram de um webinar promovido na terça-feira (4) pela Agência FAPESP e pelo Canal Butantan avaliam que os dados do Amazonas corroboram que a limiar dessa imunidade ao SARS-CoV-2 pode ser alcançado quando algo em torno de 20% da população é infectada – bem antes, portanto, do que estimaram os trabalhos de modelagem feitos no início da pandemia: entre 50% e 70%.

“Chegamos à conclusão de que essa heterogeneidade pode alterar muito os resultados e em um sentido positivo. A epidemia deve ser menor do que o previsto pelos modelos homogêneos [que não consideram os diferentes níveis de suscetibilidade e exposição entre os indivíduos] e o limiar da imunidade coletiva também deverá ser menor do que aquele que os modelos clássicos indicam”, afirmou a biomatemática portuguesa Gabriela Gomes, sobre o assunto.

A pesquisadora ressaltou, no entanto, que alcançar a limiar de imunidade coletiva não significa o fim imediato da pandemia. Como as cadeias de transmissão já estão instaladas na população, é esperado que o número de casos acumulados continue a crescer, ainda que de forma mais lenta, podendo chegar ao dobro do que foi registrado no pico da curva epidêmica.

“Com uma mitigação cuidadosa, podemos fazer com que a diferença entre o número de infecções existentes quando o limiar de imunidade coletiva foi atingido e o tamanho final da epidemia seja menor. Para isso, é preciso controlar os surtos que vão surgindo de forma localizada e adotar medidas como o rastreamento de contato”, completou a pesquisadora.

A visão é de otimismo frente à pandemia. Há indícios no estudo de que o pior momento já passou. O estado de São Paulo, que possui 44 milhões de habitantes, também teve uma grande queda nos casos e segue dessa forma, o que significa muito para o Brasil.

Com informações da Agência FAPESP


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