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Emocionante reencontro da mãe com o filho na cracolândia, após reconhecê-lo em jornal

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As últimas barracas da cracolândia ainda eram derrubadas pela polícia, na manhã do último domingo (21), na região da Luz, centro de São Paulo, quando um usuário de crack abordou a reportagem do jornal “Folha de S.Paulo”. “Você é da assistência social?”, questionou.
Ao ser informado de seu engano, ele explicou o motivo da pergunta. “Estou precisando de uma ajuda para internação”, disse, mostrando uma cédula de identidade para confirmar seu nome: Paulo Henrique de Oliveira, 35.

Ele abordou policiais civis e funcionários da prefeitura que participavam da ação que acabou com traficantes presos e a dispersão dos usuários para outras regiões. Como não teve ajuda, concordou em ser entrevistado e em gravar um vídeo com seu pedido de socorro.

Minha mãe e meu filho não merecem isso”, disse. O apelo foi publicado pelo jornal “Folha de S.Paulo” na manhã seguinte.Menos de 24 horas depois, o perfil pessoal do repórter no Facebook estava repleto de mensagens de moradores de Boa Esperança do Sul, cidade com pouco mais de 14 mil habitantes na região de Araraquara, a 301 km de São Paulo.

Entre as mensagens estava a da pensionista Valentina Aparecida de Oliveira, 55.”Boa noite, meu nome é Valentina. Sou a mãe do rapaz Paulo Henrique de Oliveira, que você fez reportagem na Cracolândia. Há quatro meses estou à procura dele, fazendo campanhas nas redes sociais”, começava o texto. “Graças à sua reportagem consegui ver que meu filho está vivo”, escreveu.

Segundo o que ela explicaria, Oliveira saiu de casa em 23 de dezembro de 2016 -dia em que completou 35 anos – com destino a São Joaquim (SC). Nunca mais mandou notícias à família. “Saber que meu filho estava na cracolândia foi mais doído do que receber a notícia da morte do meu marido [em 2014]”, disse Valentina.

A mensagem foi enviada à 0h27 de terça-feira (23), minutos antes de Valentina embarcar pela primeira vez na vida em direção a São Paulo. Na capital, ela tentaria localizá-lo, com ajuda de dois amigos da família.

Os três começaram a busca por volta das 6h, na região da Luz, entre moradores de rua. A todos que lhe davam atenção, a mãe mostrava o vídeo e perguntava se alguém sabia o paradeiro do filho.

Um usuário de crack reconheceu a imagem e os levou até a praça Princesa Isabel -local para o qual os usuários migraram após a ação da polícia e onde ele acreditava ter visto o “Barba”, como era chamado na região. O filho de Valentina não estava ali, mas a tentativa foi providencial.

Ao ver uma equipe de TV no local, a pensionista perguntou se o repórter era o mesmo que tinha produzido o vídeo. “Não, essa reportagem é da ‘Folha’. Eu sou da ‘Globo'”, teria dito o jornalista que, segundo a mãe, se ofereceu para gravar o apelo dela para ser reproduzido em um programa por volta do meio-dia.

As TVs da enfermaria do prédio na rua Helvétia, onde funciona o programa estadual anticrack, estavam sintonizadas no SP1, que exibiu aquele apelo. Oliveira -que estava lá internado desde domingo-, desesperou-se.

“Passou a primeira matéria, na segunda já apareceu minha mãe”, disse ele, que pediu para que uma assistente social ligasse para Valentina. Oliveira tinha o telefone da mãe na carteira, mas, segundo ele, tinha vergonha e medo de ligar para ela pedindo ajuda. Os dois se encontraram por volta de 13h30.

Com informações- Notícias ao Minuto


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