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Novo Broad Museum anima a região de Downtown Los Angeles

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A peça mais longa da coleção do mais novo museu-sensação dos EUA, a tela “In the land of the dead, stepping on the tail of a rainbow”, tem 25 metros e aparece no fundo das belas esculturas que também são de seu autor, o japonês Takashi Murakami. Ir ao The Broad, museu de arte contemporânea, aberto em setembro do ano passado, é uma missão: é preciso reservar on-line com antecedência, enfrentar as longas filas ou apelar para o concierge dos hotéis de luxo.

Mas vale demais a pena. O espaço — projetado pela prestigiada Diller Scofidio + Renfro (DS+R) — tem arquitetura arrojada e, além das galerias, se pode ver os locais em que peças não-expostas ficam armazenadas. A construção é de US$ 140 milhões.

Criado para comportar a coleção dos bilionários e filantropos Eli e Edythe Broad, colecionadores de arte há mais de cinco décadas, o museu conta com trabalhos de Jeff Koons, Jean-Michel Basquiat, Jasper Johns, Cindy Sherman (sua maior coleção de fotografias é do Broad), Damien Hirst, Keith Haring. Há, aliás, muita pop art; a lista é imensa. São quase dois mil trabalhos, entre os expostos e os armazenados no local; e os Broad adquirem novidades a cada semana.

Koons, o artista americano de 60 anos que mora em Nova York, tem uma ala praticamente interinha dedicada a ele no Broad. Há a escultura de porcelana “Michael Jackson with Bubbles”, de sua série Banalidades, de 1988. O trabalho que contou com o aval do próprio pop star é um dos mais fotografados no museu. O icônico “Ballon dog”, de Koons, também está por lá, em versão azul metálica, assim como as “Tulipas”.

O Broad veio para badalar ainda mais a Grand Avenue, no centro de Los Angeles, como destino dos amantes de arte e cultura. Na mesma rua do museu, está a Escola Colburn, uma das melhores de dança e música clássica dos EUA, o Museu de Arte Contemporânea (Moca), o The Music Center, além do Walt Disney Concert Hall, sede da Filarmônica de Los Angeles, liderada pelo maestro venezuelano Gustavo Dudamel.

Dudamel é uma figura queridíssima em Los Angeles. Há pôsteres seus para tudo que é lado. Além das temporadas no Walt Disney, um projeto lindíssimo de Frank Gehry, Dudamel e outros integrantes da Filarmônica de Los Angeles fazem concertos ao ar livre durante o verão, no Hollywood Bowl.

Eli Broad, de 82 anos, já ajudara o Moca e o Walt Disney Concert Hall e é, há muito tempo, um dos patrocinadores da Ópera de Londres. Com a abertura do Broad, a Grand Avenue vem sendo chamada de “o novo corredor das artes”. Numa entrevista para o site do museu, ele disse querer mais gente, pedestres e atividades no centro de Los Angeles:

“O centro de gravidade está aqui, em Downtown LA. Tudo acontece aqui, incluindo o Arts District.”

NOVOS RESTAURANTES E CAFÉS

Na hora da fome, Downtown possui opções excelentes como a Clifton’s Cafeteria e os novíssimos BS Taqueria (mais casual) e Broken Spanish (mais formal), de Ray Garcia, um chef mexicano que vem dando o que falar na cidade. Para o bom e velho hambúrguer, sente-se na varanda do Sixth Street Tavern, peça sanduíche com bastante ketchup, mostarda e batata frita e capte o clima do centrão da cidade, cada vez mais revitalizado e interessante.

Downtown LA passou por uma mudança radical no início dos anos 2000, quando começou a ter prédios residenciais e, logo, bares, lojas e restaurantes. Em novos prédios ou nos velhos galpões. O ginásio Staples Center e o Walt Disney Concert Hall, construídos em 1999 e 2003 respectivamente, foram fundamentais neste processo.

Apesar de não ser especificamente em Downtown, o Arts District fica ali pertinho e vem pegando carona na gentrificação hype do centro. Ali há também muitas opções de novos restaurantes, lojas, cafés, galerias, cervejarias, e escritórios de criação emergem neste que é o bairro que vem, nos últimos meses, sofrendo uma verdadeira transformação dada à ocupação do povo descolado dos antigos galpões industriais de LA que ficavam por ali.

— Queremos preservar nossa identidade de produção de talentos locais. No que depender de nós, o Arts District não será o novo Meatpacking — diz Cindy Schwarzstein, da Carthwheel Art Tours, que oferece passeios por todo o bairro e integra a associação de moradores e comerciantes locais, em referência ao bairro nova-iorquino, invadido por lojas de grandes marcas.

Ali, dois lugares valem uma visita especial: o Guerrila Atelier, que vende design local e premiado, e o The Springs, centro de bem-estar, que oferece aulas de ioga, sucos e comidas orgânicas, além de jazz no fim de tarde.

Há, como em todas as grandes cidades do mundo com uma certa tensão social, uma intensa cultura do grafite. Uma das artistas que mais se destacam é Angelina Christina, cujos desenhos enfeitam o The Springs:

— A efervescência de Downtown mostra que Los Angeles é uma cidade multicultural, não só restrita a Hollywood ou Beverly Hills. E temos aqui muitos galpões, muitas paredes para pintar.

Mariana Timóteo da Costa viajou a convite do Hotel Beverly Wilshire e da Copa Airlines. Apoio: LA Tourism & Convention Board

SERVIÇO

ONDE FICAR

Beverly Wilshire. Diárias a US$ 695. 9.500 Wilshire Blvd, Beverly Hills. fourseasons.com

Shore Hotel. Diárias a US$ 379. 1.515 Ocean Avenue, Santa Mônica. shorehotel.com/pt

The Georgian Hotel. Diárias a US$ 419. 1.415 Ocean Ave., Santa Mônica. georgianhotel.com

Hotel Erwin. Diárias a US$ 278,10. 1.697 Pacific Ave., Venice Beach. hotelerwin.com

PASSEIOS

LA Hidden Stairs. caminhadas gratuitas (secretstairs-la.com).

Griffith Observatory. Vista gratuita; griffithobservatory.org

The Broad. Entrada gratuita, mas é aconselhável reservar. 2.21S Grand Ave. thebroad.org

Unplug. US$ 20 (aula). 12.401 Wilshire Bloulevard. unplugmeditation.com

Maha Yoga. US$ 18 (aula). 13.050 San Vicente Blvd, Brentwood. mahayoga.com

The Springs. Aulas a US$ 18. 608 Mateo St, Los Angeles, Arts District. thespringsla.com


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