Brasília Amapá |
Manaus

Foz Iguaçu e do mundo

Compartilhe

FOZ DO IGUAÇU – As chuvas do fim de 2015, fruto do fenômeno El Niño, ajudaram o Parque Nacional do Iguaçu a atingir recorde histórico de visitação, com 1.642.093 frequentadores de 172 nacionalidades, apenas no lado brasileiro. Com ajuda da alta do dólar, que tem impulsionado o turismo doméstico, as águas da bonança fizeram com que o número superasse em 5% o recorde anterior, de 2014.

Parte do público foi conferir as cheias do Rio Iguaçu e sua vazão, ampliada em até sete vezes. Resultado: o raro espetáculo de águas barrentas e selvagens que cobriram boa parte do cânion onde estão as Cataratas do Iguaçu.

O volume de água proveniente das chuvas na bacia hidrográfica foi tão grande que a hidroelétrica da Itaipu Binacional abriu repetidas vezes as comportas dos vertedouros do reservatório, para que a água excedente escoasse sem gerar energia: algo que não acontecia há quatro anos. Por segurança, a Garganta do Diabo, queda com maior fluxo d’água e principal atração do parque, chegou a ter o acesso restringido.

Para quem quer conhecer toda a biodiversidade do local, o ideal é fazer um passeio de jipe, como o oferecido pelo Macuco Safari. Em 40 minutos de percurso, observa-se a vegetação típica e, com sorte, espécies nativas, como macacos, preguiças, quatis e cutias, além de dezenas de espécies de pássaros. O trajeto é monitorado por câmeras de segurança que acompanham as movimentações das principais ameaças do local: cobras e onças.

O destino do jipe está na margem do rio: ele leva até uma embarcação veloz, que parte em direção a algumas das 275 quedas d’água do parque, com direito a manobras arrojadas. Se você gosta de emoção, seu lugar é na proa, onde manter-se seco é um desafio tão grande quanto permanecer com os olhos abertos diante dos respingos d’água. Proteger os aparelhos eletrônicos, como câmeras e celulares, fundamentais para registrar a sequência da viagem, é uma espécie de exercício de sobrevivência.

NOVOS ROTEIROS TURÍSTICOS

Segunda unidade de conservação ambiental mais visitada do Brasil, o Parque Nacional do Iguaçu é a principal atração de Foz do Iguaçu e faz da cidade o terceiro destino turístico mais procurado do país e o mais importante do Sul. No entanto, com pouco menos de 300 mil habitantes, Foz oferece boa variedade de atrações, que não param de crescer. Em junho de 2014, foi inaugurado o Museu de Cera Dreamland, que conta com 16 ambientes, e representações de personalidades da cultura, da política e dos esportes, como Michael Jackson, Papa Francisco e Ayrton Senna, impressionando pela riqueza de detalhes.

Reserve também espaço no cartão de memória para fotos no Vale dos Dinossauros, localizado logo ao lado. O cenário lembra os filmes da franquia Jurassic Park, mas não tem nada de assustador: em uma área de 60 mil metros quadrados, réplicas dos animais pré-históricos, em tamanho natural, entretêm crianças com sons e movimentos robóticos, em um passeio com contornos educativos. A principal atração é um Tiranossauro-rex de 20m de altura: tão comprido que não conseguiria passar pela Sapucaí como escultura de um carro alegórico.

As novidades se juntam a atrações já estabelecidas, como o Parque das Aves, onde é possível conhecer mais de mil exemplares de aproximadamente 150 espécies, que compõem uma orquestra natural de cantos ao longo de 1,5 quilômetro de trilha, em um ambiente de Mata Atlântica preservada, onde araras e tucanos, já habituados à frequência do local, não se assustam com o movimento e parecem posar para os cliques do público. Alguns viveiros são abertos, o que permite ao visitante entrar para interagir com os animais: uma experiência que deslumbra as crianças.

Apesar do aspecto interiorano, Foz do Iguaçu se comporta como cidade grande no quesito diversidade e tolerância com as diferenças. Localizado junto à tríplice fronteira, o município combina influências brasileiras, argentinas e paraguaias, mas sem deixar de olhar para o Oriente. Dentro dos hotéis e resorts, é comum que famílias inteiras em trajes de banho cruzem nos corredores com grupos de mulheres árabes, cobertas por véus.

Dona da segunda maior colônia árabe do país, Foz reflete a presença desta fé com um passeio obrigatório: a Mesquita Omar Ibn Al-Khattab, onde se pode conhecer um pouco mais da cultura árabe. Para entrar no templo, como em outras mesquitas, é necessário tirar os calçados. As mulheres devem também cobrir a cabeça com um véu fornecido na recepção.

Depois do passeio, guiado por um praticante da religião e que tem como ponto alto um salão oval com diferentes tons de azul, voltado para Meca, onde é possível observar toda a riqueza da arquitetura árabe. O mergulho na cultura também é saboroso no fim da visita, quando se atravesse a Rua Meca para degustar iguarias típicas na Doceria Almanara.

Foz do Iguaçu abriga também uma considerável população chinesa. Foi ela quem ergueu, numa área de 50 hectares, o segundo maior templo budista da América Latina. Localizado na parte mais alta de Foz, ele oferece vista privilegiada tanto da cidade brasileira quanto da paraguaia Ciudad del Leste.

A imponente e inconfundível estátua de Buda Maitreya, com seus sete metros de altura, é o principal alvo dos turistas para fotografias. Mas o pátio abriga outras 120 esculturas douradas, com uns dois metros de alturas, que representam as diferentes encarnações de Buda. Os jardins, cuidados com esmero, tornam mais agradável o passeio, transmitem paz e são um convite à reflexão. A arquitetura asiática também merece contemplação.

Assim como a mesquita, o templo disponibiliza visita guiada, para conhecer culturas globais a partir de uma perspectiva bem brasileira.

O repórter viajou a convite da rede Mabu


...........

Siga-nos no Google News Portal CM7