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Zika: ministério da Saúde nega falta de repasse de verbas para o Butantan

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RIO – O Ministério da Saúde divulgou nesta quarta-feira uma nota que nega a falta de repasse de verbas para sorologia de zika. O órgão afirma que o Instituto Butantan não entregou o documento obrigatório para a liberação de recursosdo governo federal para a última etapa de testes clínicos.

“O Ministério da Saúde considera contraditórias as falas de representantes do Instituto Butantan sobre o não repasse de dinheiro para o projeto de desenvolvimento de soro contra o vírus Zika, uma vez que o laboratório não entregou documento obrigatório para a liberação de recursos. Desde a assinatura do contrato (22/2) até a manhã desta quarta-feira (9/3), o Ministério da Saúde não recebeu o relatório de atividades que fundamentaria o início do repasse dos R$ 8,5 milhões previstos”, afirma a nota.

Segundo o governo, pelo contrato, os repasses de recursos estão condicionados a entrega deste documento por parte do Instituto Butantan. Mesmo estando dentro dos prazos previstos para início das transferências (até 30 dias após sua assinatura), o Ministério da Saúde fica impedido de destinar os valores diante desta pendência.

Na terça-feira. o Instituto Butantan, responsável pelo desenvolvimento da primeira vacina brasileira contra a dengue, afirmou que ainda não recebeu os recursos do governo federal para a última etapa de testes clínicos. De acordo com o instituto, as verbas para o desenvolvimento de uma sorologia que permita identificar se um paciente está com zika, dengue ou chicungunha também não foram liberadas.

Segundo Marcelo de Franco, diretor substituto do instituto, pesquisadores estão usando verbas individuais, que recebiam por outros trabalhos, para não interromper os estudos sobre zika e dengue:

—É muito frustrante para quem está pesquisando. Começamos os estudos sem verba, apenas com recursos individuais de pesquisadores, que, somados, dão cerca de R$ 1,5 milhão. O Ministério investiria R$ 30 milhões nas pesquisas de sorologia para zika. Eles cortaram para R$ 8,5 milhões, mas ainda não liberaram o valor. No caso da vacina de dengue, estamos esperando os primeiros R$ 30 milhões, dos R$ 100 milhões prometidos.

A situação levou o diretor do Butantan a acusar o governo federal de não ter liberado “um só tostão” para o programa de pesquisas da entidade. Em entrevista ao “Estado de São Paulo”, Jorge Kalil disse que “Brasil corre o risco de ter de importar” a solução para o surto que afeta o país”.

Em janeiro, o ministro da Saúde, Marcelo Castro, disse que a vacina contra dengue criada pela empresa francesa Sanofi Pasteur, que teve registro aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em dezembro, é “muito cara” e que o país ainda iria estudar se vai adquirir o produto. Castro disse que o ministério esperava pelos resultados dos últimos testes da vacina criada pelo Instituto Butantan.


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