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Secretário diz que salário de servidor pode atrasar durante todo o ano

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RIO – O secretário estadual de Fazenda, Júlio Bueno, afirmou, em entrevista coletiva após mais uma reunião do gabinete de crise, na tarde desta quarta-feira, que não há garantia de que, ao longo de 2016, os salários em sua totalidade do estado sejam depositados de acordo com o calendário de pagamento. Júlio Bueno também admitiu que “o malabarismo” para cumprir os pagamentos vai durar pelo menos até o fim do ano:

— Temos um déficit de R$ 18 bilhões no Orçamento. A gente depende, para cobrir este déficit, de recursos extraordinários. Toda a perspectiva futura depende de a gente conseguir realizar essas operações — afirmou.

Na coletiva, o governador Francisco Dornelles definiu como “uma tragédia” a situação dos cofres do estado, ao ser perguntado de a mesma medida em relação aos salários de março seria tomada em maio, referente aos vencimentos de abril:

— Estamos examinando várias alternativas. Acreditamos que vamos ter recursos para cobrir o salário de abril no prazo. Agora, a situação é trágica. É uma tragédia – admitiu.

Dornelles afirmou também que hoje é um dia triste para o Rio:

— É um dia muito triste pra nós. Não tivemos recursos para pagar todos os inativos. Há 10 dias atrás, pensávamos inclusive que não íamos conseguir pagar os ativos. O Rioprevidência não teve recursos para pagar todos os inativos em decorrência desse déficit.

O governador não descartou que os inativos com salários atrasados recebam antes do prazo fixado para 12 de maio:

— Se houver possibilidade, receberão antes. Limpamos o caixa, fizemos tudo o que era possível. Sabemos o quanto é importante a pessoa receber o seu salário.

De acordo com o secretário da Casa Civil, Leonardo Espíndola, a decisão de priorizar os servidores ativos e deixar aposentados e pensionistas sem pagamento era a que “menos prejudicava” a população:— Essa decisão foi tomada pela absoluta escassez de recursos. Na decisão de pagar os ativos, por mais dura e dolorosa, tivemos que olhar para a população do Rio. Que precisa dos professores, policiais militares e policiais civis. Era a decisão que menos prejudicava o cidadão do Rio.

Espíndola falou também sobre uma possível fonte de recursos para este ano: a licitação para realizar a folha de pagamento do estado. O banco Bradesco, detentor desse direito, deverá ser substituído em dezembro, quando vence o contrato. A arrecadação prevista com essa licitação é de R$ 1 bilhão, pelos cinco anos de direitos sobre a folha.

— Estamos modulando a licitação. Em 30, 45 dias, o edital esta indo pra rua.

PROTESTO DE SERVIDORES

Mais cedo, um grupo de servidores do Movimento de Servidores Públicos do estado do Rio (Musp) foi ao Palácio Guanabara, em Laranjeiras, na Zona Sul, reivindicando uma reunião com o governador em exercício Francisco Dornelles, que não ocorreu.

— Pior que não pagar servidor é não pagar aposentado. É covardia — afirma Ary Girota, integrante do Musp.

Nesta terça-feira, o Palácio Guanabara amanheceu com grades de segurança ao seu redor, as mesmas usadas em dias de manifestação.


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