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Professores elogiam conteúdos exigidos no exame de qualificação da Uerj

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RIO – A distribuição do conteúdo programático ao longo das 60 questões do primeiro exame de qualificação da Uerj, realizado na manhã deste domingo por 73.585 estudantes (o índice de faltas ficou em 8,31%), a interdisciplinaridade das questões e o nível de dificuldade agradaram aos professores de colégios de ensino médio e pré-vestibulares da cidade. De acordo com eles, não houve surpresas: a prova manteve o formato tradicional, com perguntas de exigência mediana para alunos que buscavam vagas na instituição, no Centro Universitário da Zona Oeste (Uezo) e para a Academia de Bombeiro Militar D. Pedro II, do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (ABM Pedro II/CBMERJ).

Professor de Língua Portuguesa do Colégio e Pré-vestibular de A a Z, Naun Faul destacou a interdisciplinaridade dos textos.

— Foram quatro textos de autores contemporâneos, o que já é tradicional do exame. Destes, três em prosa e um em poesia. Um deles era de Milton Santos, do livro “Por uma outra globalização”, um conteúdo que costuma ser trabalhado nas provas de Ciências Humanas, o que mostra o modo como as disciplinas se relacionam. Foi uma prova de nível bem mediano, quem se preparou bem e resolveu questões anteriores de exames da própria Uerj não teve dificuldades — afirma.

A prova de Ciências Humanas apresentou temas contemporâneos, como Estado Islâmico, valores da democracia, uniões homoafetivas, mobilidade urbana e orçamento. Professor de História dos colégios Andrews e Sion, Raphael Kapa entende que, a cada ano, a Uerj confere à prova uma identidade particular, com conteúdos bem equilibrados.

— Mais uma vez, a Uerj busca discutir temas sensíveis que fazem parte do dia a dia. Esta é uma prova equilibrada e diferente, porque é cada vez menos de História, Geografia ou Sociologia. As questões não estão mais separadas: os temas são trabalhados em conjunto, sem hierarquização. Embora haja sempre uma leve predomínio da Geografia no programa, esse foi o melhor Exame de Qualificação apresentado pela universidade nos últimos anos — avalia.

Ele destaca a questão 49, que apresenta um texto retirado de documento da OAB em apoio à deposição do presidente João Goulart, que culminou na instauração do governo militar, em 1964, para discutir o perfil do exame.

—A questão sobre o governo militar é uma clara reflexão, porque este período da história é frequentemente abordado nos exames, mas discutir a atuação de uma instituição que o apoiou e revisou o posicionamento e, hoje, apoia o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, é uma maneira diferente de tratar um assunto que, em outro contexto, poderia ser trabalhada de dezenas de maneiras diferentes: é uma clara influência do momento atual. Mas, em nenhum momento, citaram a palavra golpe para qualquer das situações — conclui Kapa.

Para Paulo Silva, professor de Matemática da rede de colégios PH, a prova também teve nível mediano de dificuldade, com algumas questões que considerou fáceis.

— O conteúdo de Matemática é muito extenso para ser cobrado em apenas oito questões. As duas primeiras foram mais fáceis, como nos últimos anos e, no avançar da prova, o estudante vai se deparando com temas mais complexos. As questões 27, que combinava geometria plana e trigonometria, e a 29, sobre probabilidade, foram as mais complexas, porque exigiam criatividade: o estudante saia de sua zona de conforto para conseguir o resultado que fará a diferença no final da prova — afirma.

Gabarito oficial: 1D, 2C, 3A, 4B, 5C, 6C, 7C, 8B, 9A, 10A, 11B, 12D, 13D, 14A, 15D, 16B, 22C, 23C, 24D, 25D, 26A, 27B, 28A, 29B, 30A, 31A, 32A, 33D, 34B, 35C, 36B, 37C, 38D, 39A, 40D, 41C, 42B, 43D, 44D, 45A, 46A, 47C, 48C, 49A, 50D, 51A, 52C, 53B, 54D, 55D, 56B, 57C, 58B, 59D e 60B. Espanhol: 17A, 18D, 19B, 20C e 21D. Francês: 17D, 18B, 19A, 20B e 21C.


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