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Polícia Civil diz que ainda é prematuro determinar circunstâncias da morte de Ryan

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RIO – A Polícia Civil revelou no início da tarde desta quarta-feira que ainda não há elementos concretos para determinar as circustâncias da morte do menino Ryan Gabriel, de 4 anos, baleado no último domingo no Morro do Cajueiro. Uma das linhas de investigações de agentes de Inteligência da polícia aponta para um atentado específico dos traficantes do Morro da Serrinha contra a família do traficante Paulo Orlando dos Santos, pai de Ryan. Conhecido pelos apelidos de Paulinho e Cara Feia, Paulo Orlando é considerado pelos policiais como uma das lideranças da maior facção criminosa do estado. A mesma que comandava os complexos da Penha e do Alemão, antes da chegada das unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).

De acordo com o delegado Fabio Cardoso, titular da Delegacia de Homicídios (DH), que assumiu as investigações da morte, não há, até o presente momento, “indícios de que os disparos foram efetuados com o objetivo de atingir a criança, nem que o fato seria motivado por uma vingança”. A DH divulgou uma nota lembrando, entretanto, que os policiais realizam diligências para apurar o crime.

Conhecido pelos apelidos de Paulinho e Cara Feia, Paulo Orlando é considerado pelos policiais como uma das lideranças da maior facção criminosa do estado. A mesma que comandava os complexos da Penha e do Alemão, antes da chegada das unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).

— Pode parecer uma crueldade absurda, mas o menino pode ter sido um dos alvos e não vítima de uma bala perdida, como inicialmente pensávamos — afirmou um dos investigadores.

Segundo os policiais da Inteligência ouvidos pelo GLOBO, os bandidos invadiram o Morro do Cajueiro no domingo com a intenção de atentar contra a família do menino.

— Eles agiram para atentar contra um inimigo específico. O traficante Paulo Orlando que é pai do menino Ryan. Por isso metralharam a casa dos seus pais na favela e podem ter atirado no menino deliberadamente — afirmou um dos investigadores.

Os policiais já sabem que a ordem para os protestos violentos de segunda e desta terça-feira partiram de dentro de Bangu 3, do próprio Paulo Orlando dos Santos, que ficou revoltado com a morte do filho.

No ano passado, agentes penitenciários descobriram um plano de fuga dos traficantes da galeria, depois de encontrarem 49 balas de fuzil calibre 5.56 num buraco no piso da galeria B. Na época, fato que acabou não sendo confirmado, havia informações de que os presos teriam fuzis desmontados dentro das celas. Bangu 3 é composta ainda pela Penitenciária Serrano Neves, onde estão presos com menos expressão na facção.

O Morro da Serrinha, também localizado em Madureira, fica próximo à divisa com o bairro de Vaz Lobo. Os policiais da Inteligência investigam se a invasão ao Cajueiro, no último domingo, foi comandada pelo traficante Walace de Brito Trindade, o Lacosta, atualmente chefe do tráfico na Serrinha. Foragido do sistema penitenciário, ele é considerado um bandido extremamente violento.

Ryan Gabriel, de 4 anos, brincava na porta da casa dos avós quando foi baleado – Divulgação

O Complexo da Serrinha é formado pelas comunidades da Serrinha, Fazenda, Patolinha, São José e Dendezinho. Segundo fontes ouvidas pela reportagem, o complexo teria a maior quantidade de armas e bocas de fumo da região. A venda de drogas renderia, mensalmente, mais de R$ 500 mil.

Até meados de 2012, o dono da Serrinha era Jorge Porfírio, o Dinho, que foi executado pelos próprios comparsas, e o motivo teria sido por ele praticar estupros e matar moradores inocentes da comunidade. Lacosta, que comandara a revolta interna, se associou ao irmão de Dinho, o também traficante Adilson Porfírio, o Skol. Com passar do tempo, Lacosta cresceu na facção, ganhou apoio de outras comunidades, como favelas do Complexo da Maré, passando a controlar toda o complexo da Serrinha.

Contra Lacosta existem três mandados de prisão, expedidos pelas 1ª e 3ª Varas Criminais por homicídios; e 2ª Vara Criminal pelo crime de associação para o tráfico de drogas. Ele fugiu em setembro de 2007, quando saiu no sistema semiaberto, do Instituto Penal Plácido Sá de Carvalho, condenado a pena de sete anos pelo crime de tráfico de drogas.

A recompensa oferecida para quem tiver informações que levem à prisão de Lacosta é de R$ 10 mil. A denúncia pode ser feita por mensagem de texto, vídeo ou fotos para o aplicativo de mensagens do WhatsApp do Portal dos Procurados (21) 96802-1650; pela Central Disque-Denúncia: (21) 2253-1177 ou 0300-253-1177. O Anonimato é garantido.


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