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Homem mais rico do Brasil destaca papel da‘educação informal’ para o sucesso

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O carro preto do Uber estaciona, o motorista salta e abre a porta traseira para um senhor de cabelos grisalhos, calça branca e suéter cinza. Pelo físico esguio e a vestimenta, pode-se supor que se trata de um ex-jogador de tênis. De fato, ele foi tenista, mas o que o motorista do Uber não poderia imaginar é que aquele senhor é o homem mais rico do Brasil, de acordo com a revista “Forbes”: o empresário Jorge Paulo Lemann.

Depois de contar para a plateia do TEDxRio como sua “educação informal” de carioca, surfista do Arpoador e tenista o ajudou em sua formação, foi de Uber que Lemann deixou a antiga Casa Daros, em Botafogo na última sexta-feira. O prédio que sedia o evento dará lugar, a partir de fevereiro, ao colégio Eleva, do qual o empresário é um dos sócios. Aos 76 anos, como fez questão de dizer a uma plateia de 50 pessoas, lembrou a infância como carioca que aprendeu cedo a “se virar”.

— Fui educado com muita liberdade, autonomia, praticando esportes, com a necessidade de me adaptar à convivência com gente diversa, assumindo riscos e com a constante necessidade de tomar decisões. Tive um grau de independência que me colocou em situações de “me virar” por conta própria, maior do que meus colegas. Acho que isso foi um fator positivo na minha vida. No lado negativo, faltou disciplina, melhor conhecimento das ciências exatas e visão de longo prazo, fatores que só pude tentar compensar mais tarde — contou.

Como disse Lemann, a Escola Americana do Rio, onde estudou quando criança, não era conhecida pela disciplina. Mas, para o empresário, o ambiente livre e o contato com professores e alunos de várias nacionalidades foram fundamentais para sua formação como empreendedor.

A experiência do Arpoador

Além da escola, outro local que considera de grande importância é a Praia do Arpoador, que frequentava desde os 12 anos. À rotina de atleta, no surfe ou no tênis, ele também credita o aprendizado de situações corriqueiras na vida, como “perder” e “avaliar adversários”, itens que têm grande serventia para um homem de negócios, e que o ensinaram a superar sua primeira adversidade profissional. Depois de se formar em Harvard, nos EUA, aos 20 anos, e de um período dedicado à carreira de tenista, voltou ao Brasil e, junto com amigos, montou uma empresa para atuar no mercado financeiro. Mas o negócio faliu em quatro anos.

É claro que os ventos mudaram para o empresário, que montou depois a corretora Garantia, comprou as Lojas Americanas, a Brahma, e hoje é um dos controladores da multinacional AB Inbev, e sócio do grupo de ensino Eleva.

Para a nova escola, que leva o nome do grupo, Lemann disse que espera um ensino formal de altíssimo nível, mas que a direção não esqueça que a educação informal também tem seu valor.

A julgar pela proposta da escola, que terá mensalidades de R$ 3.900 para todas as turmas, do primeiro ano do ensino fundamental ao 3º do ensino médio, o recado faz parte da filosofia. De acordo com a diretora-executiva do grupo Eleva, Duda Falcão, além da grade curricular tradicional, os alunos terão aulas sobre finanças, negociação, oratória, música, artes plásticas e teatro, por exemplo.


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