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Governo do Rio corta o ponto de professores grevistas

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RIO – O governo do estado cortou na quarta-feira o ponto dos professores da rede que estão em greve. Segundo o Sindicato dos Profissionais da Educação (Sepe), 20 mil docentes estão participando do movimento, iniciado dia 2 de março. A Secretaria estadual de Educação confirmou que os servidores serão descontados pelos dias não trabalhados.

Segundo o órgão, a medida foi tomada com base na decisão judicial que cassou, na terça-feira, a liminar que dava aos grevistas o direito de não ter o ponto cortado. Em seu despacho, o desembargador Milton Fernandes de Souza disse que o Sepe havia descumprido a ordem da Justiça de manter 70% dos professores em atividade.

Na segunda-feira, uma decisão do presidente do Tribunal de Justiça (TJ-RJ), Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho, já havia considerado a greve dos professores abusiva. O Sepe informou que ingressou na quarta-feira com uma medida judicial para recorrer da sentença do presidente do TJ-RJ. A categoria fará uma assembleia nesta quinta-feira, na quadra da São Clemente, no Centro, para decidir sobre a continuidade ou não da paralisação.

MOVIMENTO CONTINUA

De acordo com a diretora da entidade, Marta Moraes, mesmo com a decisão judicial, os professores grevistas ainda não retornaram ao trabalho. Segundo ela, a adesão à paralisação é de 80% da categoria:

— Com todo o respeito, entendemos que a decisão da Justiça tem contradições. A razão da nossa greve é justa. Não há perspectiva de reajuste salarial e falta um calendário de pagamento. Um professor que ingressa no magistério hoje ganha R$ 1.180 para trabalhar 16 horas semanais. Tenho 25 anos de magistério e ganho cerca de R$ 2 mil para cumprir esta carga horária — disse Marta Moraes. — O governo não tem cumprido as datas dos depósitos e não pagou o salário integral dos inativos da educação. A greve é abusiva ou o governo é que viola direitos?

A sindicalista disse ainda que o estado não estaria cumprindo a exigência da lei de pagar o chamado “enquadramento”, um acréscimo salarial para professores com mestrado e doutorado. A Secretaria de Educação, no entanto, informou que vai cumprir a reivindicação de arcar com os custos do enquadramento.

MANIFESTAÇÃO TERMINA EM CONFUSÃO

Uma manifestação de alunos da rede estadual por melhorias na educação terminou em confusão na noite da quarta-feira, no Méier. Eles acusaram os agentes do programa Méier Presente de truculência e usarem spray de pimenta contra o grupo. O ato aconteceu na Rua Dias da Cruz, principal do bairro. A polícia, no entanto, alega que a briga aconteceu entre os próprios estudantes, e que agiu para dispersar o tumulto. Pelo menos oito estudantes foram detidos.

Em nota, o governo afirma que os alunos, que estavam com o rosto coberto, arremessaram pedras, xingaram e agrediram os policiais. De acordo com o governo, os agentes da operação Méier Presente e policiais do 3º BPM (Méier) “acompanharam o ato e dialogaram com os estudantes para que desobstruíssem a via, que é a de maior fluxo de veículos do bairro”. Ainda de acordo com a nota, os oito estudantes que estavam com o rosto coberto foram detidos por desacato, desobediência e resistência e levados para a Cidade da Polícia. Ainda de acordo com o governo, toda ação foi filmada e as imagens foram entregues na delegacia.


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