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Desabamento de ciclovia recém-inaugurada deixa ao menos dois mortos

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RIO – Um trecho de mais de 50 metros da ciclovia Tim Maia, na Avenida Niemeyer, desabou por volta das 11h10m desta quinta-feira, deixando pelo menos dois mortos. Mas existe a possibilidade de uma terceira pessoa ter morrido no acidente. Bombeiros fizeram buscas no local até o inicio da noite e amanhã, ao amanhecer, o trabalho será retomado.

O desabamento foi na altura do Castelinho, a cerca de 800 metros da Praia de São Conrado. Os dois corpos foram resgatados pelos bombeiros no mar. Uma das vítimas é o engenheiro Eduardo Marinho Albuquerque, de 54 anos, reconhecido pelo cunhado. O outro morto, um homem que tem entre 40 e 50 anos, não tinha sido identificado até a noite. A ciclovia foi inaugurada em janeiro deste ano e custou R$ 44,7 milhões.

A Avenida Niemeyer foi interditada nos dois sentidos, segundo o Centro de Operações da Prefeitura. Os motoristas devem seguir pela Autoestrada Lagoa-Barra.

O secretário municipal de Governo Pedro Paulo Carvalho afirmou que é prematuro dizer que houve falha na construção da ciclovia:

– É hora de os engenheiros avaliarem e fazerem um laudo. Estamos apurando as causas e falando com a empresa que construiu a ciclovia. Todos os cálculos que foram feitos serão revistos. Estamos com técnicos da GeoRio para identificar esse acidente. É claro que há a suspeição para saber se a ciclovia é segura ou não. A prefeitura vai cobrar, seja da empresa que fez a obra, dos engenheiros que fizeram o cálculo. Vamos cobrar a responsabilidade de quem fez – disse Pedro Paulo, que acrescentou que o prefeito Eduardo Paes está voltando de Atenas.

O secretário acrescentou que a ciclovia na Niemeyer ficará interditada para vistorias técnicas, sem previsão para ser reaberta. Segundo ele, a ciclovia do Elevado do Joá também terá que ser vistoriada.

– É óbvio que depois de um acidente desse nós vamos parar as obras (do Elevado do Joá) e refazer os cálculos para que não tenha qualquer tipo de risco também para essa outra ciclovia.

O Consórcio Contemat-Concrejato, responsável pela obra, disse em nota que “vai trabalhar incessantemente até que sejam conhecidas as causas do acidente”, e afirmou que a prioridade, no momento, é o atendimento às famílias das vítimas. “Todo o processo foi supervisionado pelos órgãos de fiscalização competentes”, concluiu o consórcio.

Pedro Paulo explicou que mergulhadores estão no mar à procura de mais uma possível vítima, segundo o Corpo de Bombeiros.

– Fizemos interdição em dois pontos da Avenida Niemeyer. Pedimos aos moradores que evitem passar neste trecho, pois as ondas estão batendo contou o secretário.

Equipes dos grupamentos Marítimo e de Busca e Salvamento do Corpo de Bombeiros atuam na região, com o apoio de helicópteros, motes, motos aquáticas e até um drone. A Policia Civil informou que a ocorrência foi registrada na 15ª DP (Gávea). Ao longo do dia, peritos trabalharam no local. Um helicóptero da Polícia Civil também auxilia nas buscas pelas vítimas.

O administrador de empresas Guilherme Miranda, de 49 anos, estava pedalando em direção a São Conrado e viu uma onda muito grande bater na encosta, levar o trecho da ciclovia e três pessoas caírem na água.

— Vieram três ondas grandes e uma bateu na ciclovia, que se desfez que nem papel. As pessoas rolaram para dentro d’água. Não sei se quando caíram já estavam mortas. Ficaram boiando por meia hora até o primeiro helicóptero chegar e 1h30 até a primeira autoridade chegar — contou Miranda, indignado

O contador Ademir Guedes, de 36 anos, contou que estava pedalando na ciclovia e ao fazer uma curva a cerca de 200 metros do local do acidente, foi avisado por um outro ciclista do desabamento da pista:

— Ele me alertou, mas eu achei que ele estivesse brincando. Jamais imaginaria a queda de uma ciclovia recém-construída. Fui devagar até a beira do precipício. Aí os motoristas começaram a gritar me alertando do risco.

Um agente da CET-Rio disse que ouviu falar que o desabamento da ciclovia aconteceu no momento exato que o ônibus estava passando e o veículo foi coberto pela água do mar, molhando quem estava dentro.

O economista Cléber Pereira, de 50 anos, disse achar um absurdo uma construção inaugurada tão pouco tempo desabar:

– Cadê os engenheiros que projetaram isso aqui? Uma obra desse porte e não prevêem eventos naturais como uma ressaca? – indagou.

A ciclovia Tim Maia liga o Leblon a São Conrado. A via tem 3,9 quilômetros de extensão e dispõe de 11 acessos.

 


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