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No Rio, produtor executivo de‘Homeland’ comenta acusações de racismo

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RIO – “Homeland”, “24 horas” e “Tyrant” têm mais em comum do que temas como segurança nacional, terrorismo e política. As três séries, exibidas aqui pelos canais Fox, têm como produtor executivo Howard Gordon, militante na TV desde os tempos de “A Bela e a Fera”, no fim dos anos 1980, e ganhador de três Emmys. Convidado do Rio Content Market, onde participou de mesa na quinta-feira, Gordon conta que acabou “preso” pelo assunto depois dos atentados do 11 de Setembro.

— Comecei a me interessar por esse tipo de história naquela época. Como americano, eu tinha muitas perguntas. Questões não apenas sobre ciências políticas, mas sobre como nós nos governamos enquanto cidadãos, e o que significa ser livre. Como roteirista, encontrei personagens que lutam com essas mesmas questões. Seja com Jack Bauer (Kiefer Sutherland, em “24 horas”), Carrie Mathison (Claire Danes, em “Homeland”) ou Barry Al-Fayeed (Adam Rayner, em “Tyrant”) — conta.

É justamente Nova York, que ficou marcada pela queda das Torres Gêmeas em 2001, que vai sediar a sexta temporada de “Homeland”, adiada para janeiro de 2017.

— Passamos as duas últimas temporadas fora do país, e desta vez queríamos estar perto de casa. Fora que Nova York é uma cidade extraordinária onde qualquer coisa pode acontecer.

E em “Homeland” qualquer coisa mesmo pode acontecer. No último ano, pichações feitas por artistas árabes no set da série acusaram a trama de racismo:

— No fim acho bom. Fez as pessoas falarem sobre a série. Garanto que ninguém ali é intencionalmente islamofóbico, mas essa discussão é sempre válida.

Howard Gordon ainda comentou as expectativas em torno de “24 horas: Legacy”, o mais novo revival da trama que deu ao mundo Jack Bauer. Só que, diferentemente de “Viva um novo dia”, que trouxe o personagem de volta ao ar em 2014, quatro anos depois do fim da série, desta vez o protagonista vivido por Kiefer Sutherland sai de cena. Ou quase.

— É possível que Jack faça uma aparição nesse mundo, ele ainda está por aí, afinal — incita Gordon. — Adoramos fazer “24 horas: Viva um novo dia”, mas todo mundo, inclusive Kiefer, reconheceu que aquele personagem já contou sua história.

Desta vez, o agente a ter sua vida escrutinada durante 12 horas, no mesmo formato de tempo real, será Eric Carter, vivido por Corey Hawkins (o Dr. Dre do filme “Straight outta Compton”).

— Mal posso esperar para que o resto do mundo descubra que ele é um ator incrível. Criamos um novo personagem diferente o suficiente de Jack Bauer para que o público não fique comparando os dois tão literalmente por muito tempo. Eles vão superá-lo.

Apesar de estar voltando (mais uma vez) à franquia “24 horas”, o produtor disse quase ter desistido de “Homeland” por ter um tema tão parecido.

— Confesso que, depois de passar nove anos falando sobre essas histórias, eu me questionei se queria mesmo fazer outra série sobre o mesmo assunto. Mas, quanto mais falo sobre isso, mais quero falar — diz Gordon, que também investe em “Second chance”, uma fantasia baseada no Frankenstein de Mary Shelley ainda sem previsão de estreia no Brasil.

Então, por que voltar a “24”?

— Senti falta de contar uma história em tempo real. Os criadores (Robert Cochran e Joel Surnow), Steven Hopkins, diretor de muitos episódios, e eu somos amigos há anos e adoramos trabalhar juntos. Pareceu uma boa ideia, e aqui vamos nós.


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