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Mulheres no Poder, afirmam: “lugar de mulher é onde ela queira estar”

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Empoderar a mulher é uma expressão que vem se tornando cada vez mais usada no país e que, se transformada em ações concretas, pode mudar o lugar das brasileiras na sociedade.
É nisso que acredita a maioria das mulheres que fazem parte da bancada feminina do Senado e Câmara, que lutam pela aprovação de leis destinadas a aumentar o número de mulheres no poder e promover uma mudança de cultura.

Mas, afinal, qual é o lugar da mulher? É também na política? “O lugar de mulher é onde ela queira estar”, afirmam as mulheres que conseguiram chegar e se manter no Poder.

Os espaços reservados à mulher quase sempre foram impostos pelos interesses vigentes: quando não está em casa, cuidando do marido e das crianças, está no trabalho, ajudando a prover o sustento.

Em nível nacional, esse quadro também mostra que a hegemonia política ainda é uma exclusividade masculina. Nas eleições de 2016, somente 641 mulheres conquistaram nas urnas o direito de administrar uma cidade num universo de mais de 5 mil municípios brasileiros. 

A tarefa da mudança não é simples. No Mapa Mulheres na Política apresentado pela ONU, o Brasil ocupa uma das últimas posições na lista de 188 países pesquisados quanto à participação feminina nos Parlamentos.
A presença marcante da ministra Cármen Lúcia à frente da Suprema Corte do país, o Supremo Tribunal Federal (STF), como até mesmo uma ex-presidente da República na história política brasileira, representada pela Dilma Rousseff, não foi suficiente, e percebe-se que a participação feminina no cenário político ainda se mostra bastante tímida, revelando uma realidade bem diferente dos discursos adotados por diversas correntes sociopolíticas.

Outra barreira é a pouca efetividade da legislação devido ao fato de os partidos serem dominados por homens.
— Os partidos preenchem as vagas com mulheres, mas grande parte delas é o que nós chamamos de candidaturas do faz de conta, as candidaturas laranjas.

Só que poucas são as mulheres que têm candidatura de fato e, quando têm, elas não acessam os recursos partidários para poder fazer a sua campanha, não acessam o tempo de televisão e de rádio, não acessam nada. A sobrecarga que recai sobre a mulher é outro fator que faz com que seja negada a ela uma condição favorável para participar de atividades políticas.

Maria da Penha Fernandes, cujo nome virou sinônimo da luta contra a violência doméstica, lista como desafios para a implementação da lei que leva seu nome a falta de delegacias da mulher em alguns municípios e o machismo reinante no âmbito da Justiça. “É lamentável, mas há cidades onde a lei não é aplicada por falta de compromisso de gestores públicos.”

Enfim, embora as estatísticas detectem avanços importantes em vários setores, o lugar da mulher brasileira ainda reflete o domínio do homem sobre a vida dela. 

 


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