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144 presos seguem foragidos de presídios em Manaus

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O Governo do Amazonas informou que 81 dos 225 presos que fugiram de unidades prisionais de Manaus no primeiro dia do ano foram localizados até o momento. Ao todo, 144 ainda seguem foragidos. O número é resultado da última contagem feita pela polícia e confirmado ao G1 neste sábado (14).

As fugas ocorreram entre o domingo (1º) e a segunda-feira (2) no Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat) e Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj). Após as fugas e mortes, um Comitê de Gerenciamento de Crise do Sistema de Segurança Pública do Amazonas foi montado para acompanhar o caso.

 

Rebeliões e fugas
Desde o dia 1º de janeiro, o sistema prisional do estado registrou fuga de 225, rebeliões e um massacre que resultou de 64 mortes de detentos.

A rebelião que aconteceu no Compaj durou mais de 17 horas e foi considerado pelo secretário estadual de Segurança Pública, Sérgio Fontes, como ” o maior massacre do sistema penal do Amazonas. Ao todo, 56 foram mortos dentro do presídio entre 1º e 2 de janeiro. Essa é uma das maiores matanças ocorridas em presídios brasileiros desde o massacre do Carandiru, em 1992.

Na tarde de segunda (2), outros quatro presos morreram na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), na Zona Leste de Manaus.No útlimo domingo (8), outros quatro presos foram mortos em uma rebelião na Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa, no Centro de Manaus, reativada para receber presos transferidos do Compaj após o massacre.

Investigação
A polícia do Amazonas apontou sete presos como líderes do massacre. Documentos o Ministério Público Federal (MPF) dizem que estes líderes têm estreita relação com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, as Farc. Segundo o MPF, os traficantes brasileiros teriam comprado pistolas, fuzis e submetralhadoras do mesmo fornecedor de armas do grupo de guerrilha colombiano.

Diversos relatórios elaborados antes da rebelião já apontavam risco iminente no presídio de Manaus. Um texto do setor de inteligência da Secretaria de Segurança alertava para um plano de fuga no regime fechado do Compaj. Além disso, apontava que oito armas de fogo tinham entrado no presídio na semana anterior ao Natal por meio de visitantes e com o ajuda de agentes.

Documentos emitidos pela administradora do presídio, a Umanizzare, alertavam para o risco de se permitir visitas no fim do ano aos presos. O governo estadual havia permitido que cada um dos mais de 1,2 mil presos do Compaj pudesse receber ao menos um acompanhante no Natal e no Ano Novo.

No dia 27 de dezembro, quatro dias antes da rebelião, a empresa ainda pediu providências imediatas porque, no dia 24, com autorização da secretaria do governo, os horários de visitas não foram respeitados, o que prejudicou a revista de celas e a contagem de presos. O secretário justificou a autorização, dizendo que se tratava de “humanização”.

Exoneração
Após mortes e fugas no sistema prisional, o Governo do Amazonas anunciou nesta sexta-feira (13) mudança na gestão da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap). O tenente-coronel da Polícia Militar, Cleitman Rabelo Coelho, assume o cargo. Ele assume a pasta substituindo o agente da Polícia Federal, Pedro Florencio.

O Governo não informou se Florencio entregou o cargo ou se foi desligado da função por recomendação do governador José Melo. Agente da Polícia Federal, ele estava no comando da Seap desde outubro de 2015.

Fonte InfoGlobo


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