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Anel vaginal reduz em 30% infecção por HIV

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RIO — Um anel vaginal trocado mensalmente e contendo a droga antirretroviral dapivirina pode reduzir em cerca de 30% a infecção de HIV em mulheres. Desenvolvido pela ONG Parceria Internacional para os Microbicidas (IPM, na sigla em inglês), o anel é a primeira medida de prevenção ao vírus a longo prazo projetada para as mulheres, as maiores vítimas da epidemia global de Aids na África.

Em outro estudo, conduzido pelos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH, em inglês) usando o mesmo método de prevenção, a infecção pelo vírus caiu 27%. Esta é a primeira vez que duas pesquisas em estágio avançado confirmaram a eficácia do uso de microbicidas contra o HIV. As duas entidades divulgaram seus resultados ontem, na Conferência de Retrovírus e Infecções Oportunistas, nos EUA.

Ambas as pesquisas constataram diferenças importantes na eficácia do anel, dependendo de sua consistência, adesão e da idade da mulher. Segundo a NIH, o risco de infecção por HIV diminuiu 56% em mulheres com idade média de 21 anos. No exame da IPM, a redução para a mesma faixa etária foi de 37%. As duas instituições não constataram efeitos significativos do anel vaginal entre usuárias menores de 21 anos. Por isso, os pesquisadores ainda tentam compreender o uso da nova tecnologia e os fatores biológicos que precisam ser superados.

— Estes resultados dão uma nova esperança para muitas mulheres que precisam de mais e diferentes tipos de proteção contra a infecção por HIV — comemora Zeda Rosenberg, diretora da IPM. — Vamos buscar a aprovação do anel mensal de dapirivina e trabalhar com parceiros para determinar seu papel no fortalecimento dos esforços para prevenção ao HIV.

ADAPTAÇÃO DE TECNOLOGIA

O anel mensal de dapivirina adapta uma tecnologia médica comumente usada em contraceptivos que liberam hormônios para, em vez disso, enviar uma droga antirretroviral para combater o vírus HIV.

As mulheres na África Subsaariana permanecem em alto risco de contrair HIV, apesar do progresso global contra a doença. A corrida para erradicação da epidemia incentivou, nos últimos anos, o desenvolvimento de novas opções de prevenção, como microbicidas vaginais e vacinas.

As participantes dos estudos divulgados ontem foram distribuídas aleatoriamente em dois grupos: um que usou o anel de dapivirina, outro que recebeu um anel de placebo, sem a droga. Os pesquisadores chegaram a índices de eficácia semelhantes. Na IPM, entre as 1.300 participantes que receberam o anel de dapivirina, 77 contraíram HIV; entre as 650 com o objeto de placebo, 56 contraíram o vírus — a eficácia, portanto, foi de 31%.

Na análise final do NIH, apenas 71 das 1.308 usuárias do anel de dapivirina foram contaminadas pelo vírus. Entre as 1.306 com o placebo, 97 foram infectadas. Neste caso, a eficácia do produto foi de 27%.


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