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Verizon e Google planejam ofertas pelo negócio de internet do Yahoo, diz agência

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NOVA YORK – A Verizon Communications planeja fazer sua primeira oferta pelo negócio de internet do Yahoo — que tem enfrentado pressão dos acionistas sobre a CEO Marissa Mayer — na próxima semana, segundo fontes próximas ao assunto. A empresa estaria também disposta a adquirir a fatia de 35% no Yahoo Japan para adocicar a proposta. Mas disputa pode contar com a participação da Google, principal divisão da Alphabet Inc., que também considera comprar o principal negócio do Yahoo, segundo outra fonte consultada pela Bloomberg.

Segundo a agência, fontes sob condição de anonimato afirmam que possíveis compradores como a AT&T e a Comcast decidiram não fazer propostas. A Microsoft, que chegou a apresentar oferta em 2008, também estará de fora desta vez.

Outras empresas como a Time Inc ainda avaliam a questão, enquanto fundos de private equity (que investem diretamente em empresas) como o Bain e o TPG também planejam entrar na concorrência pelo negócio, seja individualmente ou apoiando algum outro comprador estratégico. De acordo com as fontes, enquanto não se juntarem a um parceiro, elas estão abertas à ideia.

A primeira rodada de propostas pelo principal ativo do Yahoo está agendada para 11 de abril, disse uma pessoa próxima ao assunto na semana passada. Nesta quinta-feira, as ações da empresa chegaram a cair 1%, a US$ 36,32 na Bolsa de Nova York.

TRÊS BANCOS

A Verizon e sua subsidiária AOL estão trabalhando com pelo menos três consultores financeiros para elaborar a oferta, informou a Bloomberg. A reunião de vários bancos é um sinal de que a companhia está levando a sério o plano de aquisição. Desde o fim do ano passado, a empresa se disse interessada em comprar parte ou até mesmo a totalidade do Yahoo.

A Verizon, cujo valor de mercado é de cerca de US$ 213 bilhões, poderia passar a fatia do Yahoo Japan aos acionistas ou vendê-la, disse uma das fontes.

No mês passado, a Bloomberg relatou que a direção do Yahoo prefere vender a participação de 35,5% no ativo, avaliado em US$ 8,5 bilhões, junto com principal negócio. A valorização de tal junção de ativos tornaria mais difícil para empresas de private equity para financiar uma oferta para ambas as partes.

Representantes de Yahoo, AT&T, Comcast, Time, TPG, Verizon, Google e Microsoft não comentaram o assunto.

QUEDA DE RECEITA

Com base em informações financeiras que consultou, a Verizon avalia o negócio de internet do Yahoo a menos de US$ 8 bilhões, disse uma das fontes da Bloomberg. A Verizon, assim como outras empresas de private equity, se reuniu com a Microsoft no último mês para discutir um possível financiamento de uma proposta, teriam informado uma pessoa próxima à negociação na época.

No entanto, explicou o informante, a Microsoft não se comprometeu em participar e provavelmente não vai fornecer mais do que um investimento simbólico no vencedor da disputa.

A receita estimada do Yahoo deve cair quase 15% e os ganhos provavelmente recuarão mais de 20% este ano, segundo informações divulgadas a possíveis compradores, informou o site de tecnologia Re/code na quarta-feira.

Duas fontes disseram que a Verizon substituiria a CEO do Yahoo, Marissa Mayer, pelo diretoria executiva da AOL, Tim Armstrong e Marni Walden que, juntos, chefiariam a combinada Yahoo e AOL.

EM ESPERA

O grupo japonês SoftBank, maior acionista do Yahoo Japan, sempre teve interesse em comprar o Yahoo, disseram duas fontes da agência. Até agora, as discussões têm se concentrado em reduzir no pagamento de uma taxa de licenciamento reduzida pelo Yahoo Japan ao Yahoo.

As duas partes estão em negociações para diminuir tal tarifa, que é de 3% da receita bruta, antes que qualquer acordo pela venda do Yahoo seja anunciado. O Yahoo Japan alega que a taxa é muito alta, pois o Yahoo não investiu em tecnologia que possa ser usada pela companhia asiática, o prejudicou a marca.

Um representante do SoftBank se recusou a comentar a informação.

ALTERNATIVAS

O Yahoo afirmou que iria explorar alternativas estratégicas, incluindo a venda das operações de internet, no início deste ano, sucateando um plano de longo prazo para desmembrar seus ativos asiáticos. As ações da companhia caíram cerca de 20% nos últimos 12 meses diante do fracasso de medidas tomadas por Marissa Mayer, deixando a companhia vulnerável a acionistas críticos.

No mês passado, Ken Goldman, diretor financeiro da empresa, disse que o quadro executivo que trabalha em uma possível venda do principal negócio está “mais ativo do que qualquer um possa acreditar”.

A Starboard Value, acionista do Yahoo, tem criticado a companhia nos últimos meses, principalmente a liderança de Mayer. Em março, o fundo disse que estava farta da direção e pediu pela troca completa do quadro executivo.

A empresa afirma que a direção do Yahoo não conseguiu entregar resultados. O CEO da Starboard, Jeffrey Smith, disse em carta que não se pode confiar no quadro executivo para estudar opções que melhor atendam aos investidores, e é importante que o fundo esteja envolvido na tomada de decisões para garantir “um processo integral e justo de venda”.


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