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S&P reduz nota de crédito máxima da Exxon Mobil com crise do petróleo

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NOVA YORK – A crise no setor de petróleo fez a gigante do setor Exxon Mobil perder a nota máxima de crédito (AAA) que a companhia ostentava desde a Grande Depressão, em 1929. A agência de classificação de risco Standard & Poor’s cortou o rating da empresa nesta terça-feira, que agora tem avaliação AA+, a mesma conferida ao governo dos Estados Unidos. Em fevereiro, a S&P já havia colocado a nota da petroleira em perspectiva negativa.

“O nível de endividamento da companhia mais que dobrou nos últimos anos, refletindo maior gasto de capital em projetos maiores em um cenário de preços elevados das commodities e dividendos e recompras de ações que excederam substancialmente o fluxo de caixa gerado internamente”, disse a agência em nota.

A agência questiona o gasto de US$ 54 bilhões na recompra de ações desde 2012, mesmo com avanço do endividamento da empresa. A preferência da Exxon pelo retorno do dinheiro aos acionistas pode ter afetado sua habilidade de acumular dinheiro e pagar dívidas, disse a S&P.

A Exxon também enfrenta dificuldades em encontrar novas descobertas para substituir o petróleo que bombeia do solo, disse a agência. A companhia só encontrou novos pontos de extração suficientes para substituir 67% de sua produção.

“Em nossa visão, o maior desafio empresarial da companhia é substituir sua produção contínua”, diz o comunicado da entidade.

Agora, só duas outras empresas têm nota máxima de acordo com a entidade: Johnson & Johnson e Microsoft. O corte da nota de crédito eleva o custo de empréstimo para a Exxon e também prejudica seu status de bom parceiro comercial. Em comunicado, o porta-voz da Exxon Mobil Scott Silvestri destacou que a volatilidade do setor é passageira.

“Nada mudou em termos da filosofia financeira da empresa, nem de sua gestão prudente das demonstrações financeiras”, afirmou Silvestri. “A Exxon Mobil valoriza sua forte posição de crédito e continua focada em criar valor de longo prazo para seu acionista, apesar da volatilidade de curto prazo”.

O rebaixamento é mais um golpe contra o legado do presidente e diretor executivo Rex Tillerson, que está para se aposentar no próximo ano. Na década em que liderou a petroleira de capital aberto com maior valor de mercado, ele investiu US$ 35 bilhões em gás natural antes do mercado entrar em colapso, o que foi acompanhado de uma fraca parceria com uma perfuradora estatal russa que encalhou US$ 1 bilhão devido a sanções internacionais.

Os preços do petróleo caíram quase 60% desde junho de 2014, alcançando cerca de US$ 44 por barril atualmente. A queda nas cotações teve forte impacto no caixa de países produtores, como Nigéria e Venezuela, deixando milhares de desempregados, adiando e cancelando projetos pelo mundo.


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