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Piora das contas públicas e exterior fazem dólar subir a R$ 3,704

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SÃO PAULO – A maior aversão ao risco em escala global e o temor de piora nas contas públicas pressionam os negócios no mercado de câmbio e na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) nesta quinta-feira. Às 12h55, a moeda americana era cotada a R$ 3,702 na compra e a R$ 3,704 na venda, alta de 0,70% ante o real – na máxima, a divisa chegou a R$ 3,723. Já o índice Ibovespa cai 1,05%, aos 49.169 pontos, puxado pelo desempenho negativo das ações da Petrobras e dos bancos.

Do ponto de vista externo, contribui para essa valorização do dólar a expectativa de uma nova alta nos juros americanos no curto prazo, de acordo com sinalização de integrantes do Federal Reserve (Fed, bc americano). O petróleo também opera em terreno negativo. O recuo no preço do óleo tende a pressionar a moeda de países produtores.

No exterior, a moeda americana está em alta. O “dollar index”, calculado pela Bloomberg, registra leve avanço de 0,12%.

Internamente, os investidores receberam de forma negativa a piora da expectativa do resultado das contas públicas. O Ministério da Fazenda anunciou na quarta-feira, após o fechamento dos mercados, que o déficit primário deve ficar equivalente a 1,55% do PIB, ou R$ 96,65 bilhões. A atuação do Banco Central (BC) no mercado de câmbio, com a oferta de contratos de “swap cambial reverso”, que possuem o efeito de uma compra de moeda no mercado futuro, também influenciam os negócios.

Do ponto de vista político, os investidores estão de olho nos desdobramentos da operação Lava Jato, nas negociações do governo para tentar manter o PMDB como aliado e nas discussões em relação ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

A divulgação, na quarta-feira de uma lista com o nome de mais de 200 políticos que podem ter recebido doações da Odebrecht contribuiu para a piora do humor, embora não esteja claro se as operações são ilegais ou não. “Com base nesse contexto no reforço pelo Banco Central brasileiro no esquema de leilões, o dólar deve apresentar nova sessão de alta”, avaliou, em relatório a clientes, Ricardo Gomes da Silva Filho, superintendente da Correparti Corretora de Câmbio.

BOLSAS NO EXTERIOR EM QUEDA

A Bolsa segue o comportamento do mercado acionário global. A expectativa de uma alta de juros pelo Fed no curto prazo e a queda no preço das commodities pressionam os principais índices no mundo.

No Brasil, contribui para a queda do Ibovespa o desempenho das ações da Petrobras. Os papéis preferenciais (PNs, sem direito a voto) da estatal caem 2,05%, cotados a R$ 7,62, e os ordinários (ONs, com direito a voto) recuam 1,41%, a R$ 9,78. A queda acompanha a desvalorização do preço do petróleo no mercado externo. O barril do tipo Brent cai 1,68%, a US$ 39,79.

Também está em terreno negativo o setor bancário, o de maior peso na composição do Ibovespa. Os papéis do Itaú Unibanco caem 2,13% e os do Bradesco recuam 1,79%. Queda ainda maior tem o Banco do Brasil, 3,66%.

Já a Oi, que divulgou nesta quinta-feira um prejuízo de R$ 5,3 bilhões no ano passado, registra queda de 1,70% em suas ações.

Entre as ações que estão em alta, destaque para as da Vale, que ganhou força no final da manhã. As ações preferenciais da mineradora sobem 3,23% e as ordinárias apresentam valorização de 3,39%.

No mercado acionário externo, os principais indicadores europeus operam em queda. O DAX, de Frankfurt, cai 1,41%, e o CAC 40, da Bolsa de Paris, recua 2%. Já o FTSE 100, de Londres, registra variação negativa de 1,37%. Nos Estados Unidos, Dow Jones cai 0,48% e o S&P 500 tem queda de 0,53%.


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