Brasília Amapá |
Manaus

Moeda chinesa tem maior desvalorização desde agosto de 2015

Compartilhe

HONG KONG – A China realizou a maior desvalorização de sua moeda desde agosto, depois que a turbulência no mercado global, em decorrência da saída do Reino Unido da União Europeia, fez com que o dólar subisse. O Banco Central chinês fixou a taxa de referência em 6,6375 yuans por dólar, baixa de 0,9%. Nos últimos dois dias, o indicador do dólar subiu 2,4% enquanto a libra esterlina e o euro tombaram após o Brexit — maior salto desde 2011. Shangai caminha para o fechamento mais fraco desde dezembro de 2010.

O ressurgimento do dólar está ameaçando a dupla estratégica da China de permitir ganhos limitados em relação à moeda americana para combater a saída de capitais e de guiar a depreciação contra a moeda de parceiros comerciais, o que ajuda os exportadores. O yuan perdeu quase 10% em relação a uma cesta de divisas desde o pico em agosto.

“Há risco crescente de fluxos de saída”, afirmou Khoon Goh, chefe de pesquisa do setor asiático no Grupo Bancário Australia & Nova Zelândia, que já revê as previsões de fim de ano para a moeda chinesa. “Autoridades poderiam intervir para limitar o quanto o yuan pode enfraquecer, como fizeram antes.”

MEDIDAS NECESSÁRIAS

O impacto do voto [pró-Brexit] no mercado financeiro mundial já mostra que medidas são necessárias para assegurar a estabilidade da economia internacional, destacou o premiê chinês Li Keqiang, nesta segunda-feira, durante o Fórum Econômico Mundial em Tianjin. O yuan negociado em Hong Kong registra queda de 1,5% em três dias — a maior desde janeiro.

A volatividade implícita da moeda chinesa aumentou 5,53% em um mês, próxima do índice esperado para o período de três meses. Os contratos firmados para os 12 meses seguintes em um mesmo dia com base no yuan atingiram o maior nível em mais de quatro meses. Em fevereiro, o Banco Central chinês pregou mais transparência às transações e rastreio aos movimentos do dólar frente ao pares — assim, conferiu mais previsibilidade aos indicadores da moeda nacional.

“A depreciação do yuan vai continuar”, disse Iris Pang, economista senior da Natixis em Hong Kong que calcula uma queda de 6,8% do yuan face ao dólar ao fim de 2016. “O impacto de longo prazo do Brexit na China ainda não é claro e o declínio da moeda chinesa é mais gradual e leve que de outras”.


...........

Siga-nos no Google News Portal CM7