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Intenção de compra de imóvel tem leve melhora, indica FipeZap

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RIO – Os brasileiros começaram o ano menos pessimistas com relação ao mercado imobiliário e a intenção de compra no primeiro trimestre teve alta de três pontos percentuais, em relação aos últimos três meses de 2015, indica a pesquisa Raio-X, da FipeZap. No último trimestre do ano passado, 43% dos entrevistados informaram ter intenção de comprar um imóvel nos três meses seguintes. Essa proporção aumentou para 46% no primeiro trimestre de 2016. Mas ainda é menor do que a registrada no mesmo período do ano anterior (48%). O coordenador do estudo, Eduardo Zylberstajn, entende, no entanto, que não há motivo para comemorações, tendo em vista que a melhora é, ainda, muito pequena:

— Chegamos a níveis baixíssimos de confiança e agora há uma pequena melhora, mas ela se dá sobre um patamar bastante ruim. Não dá para dizer que a situação está boa. Parece que a piora do ambiente e das expectativas deu uma parada. Tendo a imaginar que isso tem a ver com a perspectiva de resolução do embróglio político. No primeiro trimestre, principalmente no fim de março, estávamos com perspectiva clara da possibilidade do impeachment já. Mas ainda estamos num patamar de desconfiança. Mas já é um primeiro passo para o mercado melhorar de fato.

A percepção sobre os preços dos imóveis também melhorou. O percentual de entrevistados que classificaram os preços como “altos” ou “muito altos” recuou no 1º trimestre, alcançando o patamar de 57%, entre aqueles que adquiriram imóveis, e de 73%, entre os que têm pretensão de compra. No trimestre anterior, essa proporção era de 64% e 78%, respectivamente. Para Eduardo Zylberstajn, essa melhora da percepção também reflete um aumento da confiança:

— Essa percepção de preços altos ela vai dissipando porque elas caminham juntas. Como as pessoas estão um pouco mais confiantes, já não enxergam os preços tão altos.

As expectativas sobre a evolução de preços dos imóveis também estão menos negativas: este foi o segundo trimestre consecutivo com redução no percentual de entrevistados com pretensão de comprar imóveis que acreditavam em queda de preços nos 12 meses seguintes. Com isso, os entrevistados se mostram divididos: 56% acreditam em redução dos preços e 44% esperam que os preços ao menos acompanhem a inflação.

A pesquisa também mostra que, de fato, a negociação está mais favorável a quem compra. Como a demanda está baixa, para não perder um comprador, os descontos estão maiores. Desde o início de 2015 cresceram as transações com desconto: em março, apenas 23,4% das compras feitas nos 12 meses anteriores foram realizadas pelo preço originalmente pedido pelo vendedor. Há um ano, 29% das transações haviam sido fechadas com os preços iniciais de venda. A média dos descontos também seguem em alta em 2016, atingindo o patamar de 9,3%, em março, frente aos 7% registrados há um ano. É o sétimo mês seguido de alta.

— O percenual do desconto está subindo e nitidamente vemos os preços em queda real por conta da retração da demanda. É um momento melhor para se negociar imóvel, pois o poder de barganha está do lado do consumidor. E, por isso, ele não tem porquê ter pressa nessa negociação — avalia Zylberstajn.


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