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Intenção de compra de eletrônico, carro e casa cai pela metade em 12 meses

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RIO – Com a economia em recessão, a confiança do brasileiro está em queda, o que reflete diretamente na intenção de compras. De acordo com uma pesquisa feita pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que ouviu consumidores de todas as regiões brasileiras acerca da intenção de consumirem e de suas percepções quanto a situação financeira e emprego, em março, 16% dos consumidores estavam à vontade para adquirir eletroeletrônicos, contra 31% no ano passado; e 10% para comprar carro e casa, há um ano eram 23%. Enquanto 51% apontaram sua situação financeira como ruim e 57% estavam inseguros no emprego.

Já a repeito de bens duráveis de maior valor, como imóveis e carros, o levantamento apontou que 10% se sentiam à vontade para adquiri-los em março de 2016, contra 23% há um ano.

— Observam-se grandes variações nesses indicadores na comparação com março de 2015. Esse pessimismo no consumo é reflexo da piora da percepção do consumidor em relação à sua situação financeira e ao seu emprego — avalia Alencar Burti, presidente da ACSP e da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo). — Uma mudança de governo não garante que os problemas do Brasil vão se resolver automaticamente. Será necessário muito trabalho para que se possa iniciar a retomada de crescimento da economia — complementa Burti.

Os brasileiros que consideraram, em março, que sua situação financeira futura vai piorar nos próximos meses foi de 34%, frente a18% no mesmo período do ano passado. A parcela de pessoas que avaliaram sua situação financeira atual como ruim passou de 35% para 51% em 12 meses.A pesquisa apontou ainda que a parcela de inseguros em seus empregos saltou de 35% para 57% na mesma base de comparação.

Para o diretor do Instituto de Economia da ACSP, Marcel Solimeo a pesquisa reflete as dificuldades reais do consumidor e a incerteza a cerca do futuro.

— A única certeza que temos é que estamos em uma situação difícil. Sobre o futuro, ele é incerto, o que torna tudo muito mais complicado. Por mais que estivéssemos em um cenário difícil, quando o futuro é previsível a gente se adapta a ele, mas não é o nosso caso. A insegurança no emprego aumentou muito. Quem está empregado não vai assumir um compromisso sem saber se terá condições de quitá-los.

Para o professor da FGV, Luis Carlos Ewald, a era do consumo compulsivo, por status ou para se modernizar acabou, ou pelo menos está paralisada por tempo indeterminado.

— As pessoas só estão comprando se realmente estão precisando. Elas estão com medo do que vai acontecer daqui para frente. E a situação está realmente muito complicada, as perspectivas para o futuro não são boas.


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