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Embraer tem lucro de R$ 385,7 milhões no 1º trimestre

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SÃO PAULO — A Embraer teve lucro líquido de R$ 385,7 milhões no primeiro trimestre, contra prejuízo líquido de R$ 196,1 milhões no mesmo período do ano passado, informou José Filippo, vice-presidente executivo da empresa nesta sexta-feira. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da fabricante de aeronaves somou R$ 643,8 milhões de janeiro a março, alta de 50% na comparação anual.

— A economia global não tem experimentado crescimentos expressivos. Mas conseguimos explorar a competitividade, temos um produto que é eficiente e busca beneficiar os clientes — disse Filippo, durante conferência com jornalistas.

Na quinta-feira, a Embraer perdeu uma disputa importante para a sua concorrente Bombardier. O negócio foi a maior venda da empresa canadense à americana Delta Air Lines e inclui 75 jatos com a opção de entregar mais 50. Filippo contemporizou o resultado dizendo que o cenário “tem trazido desafios por conta do próprio desenvolvimento da economia” e frisou que a famíliaE-Jets E2 continua “bastante competitiva”.

As receitas líquidas da Embraer no primeiro trimestre chegaram a R$ 5,05 bilhões, com aumento de 64,5% sobre o mesmo intervalo de 2015. A dívida líquida da empresa chegou a R$ 782,3 milhões no fim de março. O número, de acordo com o executivo da companhia, é “confortável para a situação da empresa”.

A margem líquida da empresa ficou em 7,6%, comparada à margem negativa de 6,4% no primeiro trimestre de 2015. Segundo explicou Filippo, a queda dessa despesa se deu principalmente pelo efeito da valorização do real frente ao dólar nos primeiros três meses do ano, o que gerou um crédito de Imposto de Renda e contribuição social sobre itens não monetários.

Perguntado sobre os impactos na Embraer de uma possível desvalorização do dólar ante o real com a estabilização do cenário político, Filippo explicou que a empresa trabalha com instrumentos financeiros (hedge) para evitar a exposição às oscilações da moeda.

— O que é ruim é a volatilidade dos indicadores. Antes de um dólar mais ou menos valorizado, a volatilidade é um problema. Trabalhamos com uma estimativa para o dólar no ano e acompanhamos a evolução, mas temos instrumentos financeiros para o caso do real se valorizar muito — comentou.

Ele explicou que para este ano cerca de 45% da exposição em real da empresa está protegida caso o dólar de desvalorize abaixo de R$ 3,40. “Ter os custos denominados em reais maiores do que as receitas gera tal exposição”, acrescentou a companhia no informe de resultados.

— Temos mais custo em reais do que receitas em reais. Então, quando há a desvalorização do real, temos um benefício. Da mesma forma, no primeiro trimestre, o dólar médio ficou por volta de R$ 3,90 e isso está refletido nos resultados — acrescentou o vice-presidente.

Aviação executiva, comercial e de defesa

O segmento de aviação executiva cresceu mais fortemente na comparação com os segmentos de aviação comercial e defesa e segurança no primeiro trimestre, quando comparados com o mesmo período do ano passado. No primeiro trimestre, a empresa entregou 21 aeronaves comerciais e 23 executivas (12 jatos leves e 11 grandes), ante 20 aeronaves comerciais e 12 executivas (dez jatos leves e dois jatos grandes) entregues entre janeiro e março de 2015.

Os números divulgados mostram que, na aviação executiva, a receita líquida da Embraer cresceu nada menos que 213,9% entre janeiro e março, chegando a R$ 1,530 bilhão. Com a forte elevação, o segmento passou a representar 30,3% do total de receitas da fabricante de aeronaves, ante 16% de um ano atrás. A aviação comercial teve aumento de 43% no trimestre, para R$ 2,751 bilhões, reduzindo a fatia no total de receitas da empresa de 62,8% para 54,5%. Já defesa e segurança cresceu 20,3%, para R% 739,4 milhões, reduzindo a participação na receita líquida da empresa de 20% em 2015 para os atuais 14,7%.

De acordo com Filippo, com o governo federal sendo o principal cliente no segmento de defesa, a incerteza política acaba afetando o segmento. No caso da aeronave militar KC-390, avião cargueiro que está sendo projetado pela Embraer, já houve no ano passado um rearranjo no cronograma de entrega.

— Mas não vemos interrupção de contratos (por parte do governo) — disse, para completar: — Seguimos com nossa programação. A previsão de certificação do KC-390 continua para o fim de 2017, com entrada em operação no primeiro semestre de 2018. Temos seguido com desafios, mas tudo está conforme o previsto.


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